Satisfaction

Não sou fã do grupo The Rolling Stones. Na verdade não sou ligado no rock. Admito, sou um troglodita, um dinossauro, um umtrapassado, um caretão. Gosto de algumas músicas dos Beatles,mas as que parecem baladas, caso de Yesterday, Michelle, Hey Jude... Confesso sou doido é por bolero, samba-canção, bossa nova, samba, mambo, rumba, blue, tango, fado... Mas o rock pesado euzinho descarta. Mas respeito quem gosta.

Só não entendo essa excitação, esse frenesi, esse frisson de alguns coroas para ver ao vico os coroas Stones. Não sei que mágica e novidade eles trazem, mas a verdade é que há quase um delírio coletivo. Li num jornalão paulista, acho que na FSP: "... O público urrou, hiptonizado pelas figuras esquálidas de Mick Jagger (pé frio), Keith Richards e Ron Woods que se moviam erraticamente diante da bateria de Charlie Watts".

Pensei: esquálido hiptoniza e faz as pessoas urrarem? Sei não, mas acho esse troço meio estranho. Estive dando uma olhada nos flashs da entrada do show e não vislumbrei nenhum preto, nenhum pobre, ninguém da massa, só riquinhos e enxeridos da classe média. Vi alguns vovôs correndo esbaforidos e bufando, como se fossem entrar na porta do paraíso. Uma satisfaction incrível. Uma espécie de alienação e aculturação, e também os mais velhos querendo fazer o relógio voltar os ponteiros. Um amigo meu, fã incondicional dos Stones, costuma dizer que sou anormal por nao gostar do rock pauleira, diz que eu não gosto de música, uma inverdade, sou doido por música. Fiz um desafio a ele: assovie uma música dos Stones. Se não dá para assoviar não é musica. Sou um caso perdido. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/02/2016
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