O Despertar para uma nova consciência

A emoção é a prova cabal de que somos humanos. Emoção sim, emoção sempre! Sabe que é justamente de emoção que nosso mundo anda carente?

A correria pela sobrevivência nos tolhe o poder de nos emocionarmos. Não há espaço pra emoção quando precisamos correr para não nos atrasarmos no trabalho, ou para qualquer outro tipo de compromisso.

Como podemos dar vazão à emoção, com tanta conta pra pagar? Esse é o preço de um mundo corrompido pelo capitalismo. Não há tempo para se curtir um pôr de sol, para se abraçar mais demoradamente nosso filho, nossa filha, nossos netos.

Carentes sim, estamos carentes de emoção. Como ter uma melhor qualidade na música, se não há tempo para a emoção provocada por um momento de contemplação de uma noite enluarada, de um jardim florido na primavera?

Emoção! Emoção ainda que tardia. O céu é nosso, a lua é nossa, como nossas são as estrelas, a beleza da aurora. A emoção precisa nascer dessa beleza gratuita que a vida nos oferece; aproveitemos enquanto ainda a temos de graça, pois desconfio pelo andar da carruagem, que está próximo o tempo que tenhamos que pagar caro pelo direito de pisarmos a areia da praia, de ouvirmos o canto dos pássaros. Pra ser franca, temo o dia em que mesmo que tenhamos dinheiro pra pagar, não tenhamos mais toda essa beleza ao nosso redor.

O “bicho homem” não tem se preocupado muito com os mananciais de águas claras e limpas; com o ar que respira, com nossa flora rica e linda.

Emoção, ou melhor, a ausência desta faz com que esqueçamos o valor de toda essa riqueza natural que nos cerca, e que é o que origina toda essa diversidade plastificada que hoje encanta e entorpece nossas crianças e jovens.

Faz-se urgente socorrer a emoção ou o que a provoca. Necessário se faz o despertar para uma nova consciência, ou será para a velha consciência?

Acho que meus pais viveram num mundo mais humanizado e mais cheio de emoção. Que importa se não tinha computador, tablet, celular? Importa que as casas estavam cheias de gente que viviam suas emoções. Nelas se compartilhavam alegrias e tristezas em tempo real, ao vivo e em cores. Havia emoção. Essa provocada por diálogos, conflitos, entendimentos, desentendimentos, VIDA!

Hoje os lares são vazios e silenciosos. Os irmãos não conversam, estão sempre conectados à internet. O pai e a mãe fazem o mesmo com seus aparelhos. Teremos realmente chegado àquela geração de idiotas que nos profetizou Ainstein? Tomara Deus que não. Mas a verdade é que nossos lares hoje são quase totalmente vazios e silenciosos, onde inexiste vida e emoção. Não se olha mais no olho um do outro, os olhos são para as telas do celular. Onde vamos parar?

Acho que o destino é o mesmo da emoção. Quem a encontrar, se tiver coragem e disposição para voltar, diga-me onde ela está, pois irei correndo ao seu encontro, já que não sei viver sem emoção em meu coração.