CRIANDO O HÁBITO DA LEITURA
Maria da Conceição Vidigal Carneiro, a nossa Mãe Cecy incentivou a seus filhos o hábito da leitura, desde novos.Ela, que foi aluna da Dona Alzira e da Dona Macrina, pioneiras do ensino aqui em Calambau , tinha muita facilidade de escrever. As suas cartas, as quais possuímos algumas, eram relatos fiéis do que ela queria transmitir, com muita objetividade. Assim sendo, tão logo aprendemos com ela as primeiras letras, já tínhamos em nossas mãos as revistas infantis da época:- O Tico-Tico, com os seus famosos personagens, Reco-Reco, Bolão e Azeitona; Páginas infantis dos jornais: O Diário, de Belo Horizonte; Lar Católico, de Juiz de Fora;Revistas da Editora Ave Maria ,de São Paulo; Livros de Monteiro Lobato, principalmente o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Tudo isso, além dos famosos almanaques, principalmente os distribuídos nas farmácias, como o “Jeca Tatu”, também do Monteiro Lobato. O nosso pai José Carneiro era assinante do jornal o "O Diário” de Belo Horizonte, o que nos colocava a par dos acontecimentos de Minas e do Brasil.
A primeira poesia que decorei foi de um livrinho de alfabetização, que era assim: ” Por que chora o Francisquinho/ Lá no fundo do quintal?/Sofreu acaso um castigo?/Praticou ele algum mal?/Não. Não. O pobre do Francisquinho enterrou o seu cãozinho Sultão/Chora o coitadinho, chora com razão/O fiel que era amigo, morreu. /Morreu Sultão...”.
Quando viemos para as Escolas Reunidas Cônego Francisco Lopes, aqui em Calambau ,freqüentávamos por conselho de nossa Mãe, a biblioteca paroquial,criada pelo Pe.Chiquinho e conservada pelo Pe.Grossi. Lá encontrávamos muitos livros infantis e a biblioteca era muito freqüentada. Funcionava debaixo da antiga Casa Paroquial (onde hoje funciona a casa Nutriminas).
O fato é que a nossa mãe Cecy criou em nós, os seus filhos, o hábito da leitura, hábito esse que preservamos até hoje.
Murilo Vidigal Carneiro
Calambau /fevereiro/2016