POPULISMO.CASSAR LIBERDADES NÃO FICA IMPUNE.

Nenhum movimento humano que cassou liberdades ficou impune.É histórico.

Um pensamento moderno não pode esquecer história, suas razões e a origem das ideias.

Populismo é uma irradiação política de ideias centrada na América Latina de 1930 e 1960 e alargada em seguimento.

Sua mola propulsora foi a crise de 1929, a grande depressão.

A América latina vivia um fato novo demográfico com crescimento dos centros urbanos onde ocorreu a rearticulação das forças sociais e políticas. Nesse caldo cultural social a prática populista ganhou terreno.

As lideranças populistas se situam no surgimento de líderes carismáticos com poder de comunicabilidade.

Falam a mesma língua dos desfavorecidos, pois sempre é um deles. Esquecem que existe uma nação e que todos são detentores dos direitos alcançados, desde que exercidos pela legitimidade. De diferentes formas propagam a crença em um líder acima de qualquer outro ideal, e conseguem prestígio distribuindo desordenadamente os bens quando chegam ao poder. Sangram uma nação com benesses que minimizam carências episodicamente, mas com decisões que arrasam economias em pouco tempo.

Tratam do momento açodadamente e nada sabem do que se dará no futuro, ou seja, por desconhecimentos básicos corroem reservas sem direcionamento para investimentos e aparelham o Estado com seus quadros sempre despreparados como o líder. Assim, como tem sido, arrasam gerações retirando o mercado de trabalho do acesso regular.

Priorizam o atendimento das demandas das classes menos favorecidas os líderes populistas, o que é desejável, o assistencialismo é impositivo e necessário, ninguém pode passar fome ou não participar do direito de todos, saúde, educação, os principais, mas esquecem os populistas que a sociedade é composta de classes desiguais por serem desiguais as pessoas.

Nisto é preciso lembrar da equação de Gandhi, sic:

"Não posso antever, o dia em que nenhum homem será mais rico que o outro. Mas posso imaginar o dia em que os ricos rejeitarão enriquecer à custa dos pobres, e os pobres deixarão de invejar os ricos. Mesmo no mais perfeito mundo imaginável será difícil evitar desigualdades, mas podemos e devemos evitar conflitos e amarguras.”

Despreparada a humanidade para compreensão desses princípios, e assim permanecerá, com raras exceções de nações bem administradas.

Os líderes, e seus escolhidos, são impulsionados por excessos que seriam idealistas e necessários segundo eles, por nunca terem tido preparo macroeconômico, e pecam por colocarem os que movimentam a economia como “inimigos da nação”.

De fato, o populismo permitiu a participação política de grupos sociais que historicamente foram completamente marginalizados das arenas políticas da América Latina. Mas não aproveitaram a inserção, por um simples fato, são despreparados absolutos os "messias" desaparelhados em tudo. São lideranças do despreparo.

Uma das contradições mais marcantes do populismo consiste em pregar a aproximação ao povo, e massacrarem o mesmo povo que queriam proteger. Isto por total falta de condição de administrarem macroeconomicamente a coisa pública. É episódica a melhora, a história demonstra. Não se cresce pelo consumo de torneiras abertas, mas pelo investimento. Não entendem de forma organicista a cadeia econômica.

Acresça-se a isto o desvio histórico do locupletamento quando alçados ao poder, com vasta corrupção exercida. A América Latina dá testemunho dessa certeza.

Além do autoritarismo e do assistencialismo, este necessário, desde que não sonegando a educação e a informação decorrente, os governos populistas também têm grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do governo. O controle evita o esclarecimento. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo utiliza propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão. E querem controlar com restrições os que lhes negam consenso político em suas ações. As tentativas no Brasil se frustrarão sempre. Lembrem-se da anômala "Constituinte Específica", um monstrengo constitucional que levaria em reboque esse besteirol e outros.

Na Argentina o Estado chegou ao absurdo de controlar a venda de papel para estrangular o Clarín. No Brasil tentam “regular a comunicação”, mas obviamente nunca conseguirão, não somos uma republiqueta que violenta o mais sagrado direito humano de liberdade, a livre expressão. O contraditório ao que não é regular incomoda, e o que exceder na livre expressão se resolve em danos e sanções no judiciário.

Patinarão sempre no escorregadio terreno da mordaça, não será implantada no Brasil, isto não alça voos somente com a vontade dos caricatos da cultura, subsidiados e aparelhados por quem não trabalha e pela vontade de fazer calar a todos. Vieram dos porões da desinformação, da fala chula, da exterminação da gramática e principalmente do número. É essa incipiência uma afirmação do “eu só”.

A ascensão dos regimes populistas trouxe a capacidade de mobilização das massas. Mas pecaram pelo venda da irrealidade. O apelo aos interesses nacionais nunca saciados e a falta de uma perspectiva política clara, não enganosa, acaba retirando o véu, veja-se Venezuela, Argentina e agora o Brasil.

O populismo entrou em crise na América Latina no momento em que não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras. Quando as tensões políticas e sociais chegaram a tal ponto, podemos ver que grupos nacionais conservadores buscaram apoio político internacional, principalmente dos Estados Unidos, para varrer o populismo por meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as décadas de 1950 e 1970.

Na América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla (1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no Brasil.

Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje podemos notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na América Latina. Mas vão se dissolvendo. Ninguém é tão tolo que não vê a entrada de moeda em seu bolso para tempos depois, tempo curto, ficar vazio e sem chance de emprego, e o pior, sem esmolas para continuar a amealhar votos.

O organicismo de Adam Smith foi como nota econômica história o maior eixo para a harmonia coletiva como partilha de riquezas e bens. É o economista que mais contribuiu para as práticas econômicas da atualidade. Por pior que seja o capitalismo ( execrável o consumismo selvagem) é o que deu certo à exceção de todos os outros sistemas, principalmente por garantir a maior força humana, a liberdade.

Olhe-se o mundo hoje e veja-se qual o país com mais renda pessoal e maior PIB, disparado diante do segundo. Em contrapartida, “gramando” os de cabeça estreita que sufocam liberdades individuais, na miséria. Contra fatos não há argumentos.

O hibridismo da China, agora parcialmente aberta,mesmamente a Rússia, ratifica a experiência.

Cérebros eminentes assim entendiam, na Europa o inigualável Norberto Bobbio, na América Jhon Kenneth Galbraith. Afinaram linhas que se enfrentavam para erradicar a pobreza, tudo, porém, com a ojeriza de qualquer escravismo, perda das liberdades públicas, da liberdade como meio de realização.

Galbraith chegou a exaltar a tese de Marx, sob aspecto econômico, exclusivamente, destinada a igualar, nunca sob âmbito político, embora de difícil atingimento, logo que indissociáveis estes princípios norteadores das sociedades.

“O desequilíbrio entre ricos e pobres é a mais antiga e a mais fatal das doenças das repúblicas”, dizia Galbraith, mas deve ser tratado com a advertência de Gandhi, não com supressão de liberdades.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/02/2016
Reeditado em 21/02/2016
Código do texto: T5549333
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