Aline x Roberta

Na época da ditadura eu era xiita paca, achava algumas canções alienadas, às vezes chegava até a desligar o rádio. Mas duas delas quando tocavam eu dava um chega pra lá na minha porção xiita e ouvia-as com prazer, só não demonstrava o que sentia porque gostava de bancar o durão. Uma besteira da gota serena. As duas canções eram Aline e Roberta. Achava interessante que as pessoas mesmo sem entender francês e italiano, só depois foi que fizeram as versões, gostassem das músicas. E como gostavam. Juro.

Pois bem, era só Christophe cantar o primeiro verso e eu me emocionava: "J'avais dessiné sur le sable/ sur doux visage que me sorriait/ Puis il a plus cette plage/ danas cet orage, elle disparu... E vinha o refrão: "E j'ai crié, crié, Aline...". Era um arraso.

O mesmo sucedia quando ouvia Peppino de Capri começar a cantar a música italiana: "Lo sai non è vero/ Che non ti voglio piu/ lo so non mi credi/ Non hai fiducia in me/ Roberta, acoltami...". Era arretado.

Mas o que me imprssionava mais é que na época as pessoas começaram a botar o nome de Aline e Roberta na maioria das meninas que nasciam. Conhecia o pessoal de cartório do registro civil em Pesqueira e ASrcoverde e sempre indagava deles comoia o placar do duelo entr Aline x Roberta. E era taco a taco. Fui muitos batizados de alines e robertas.

Mass se tivesse que decidir sobre qual das duas canções eu prefiro diria que é como aquelas lutas de boxe que se ganha por pontos. Aline ganha de Roberta por pontos, por una cabeza, no olho mecânico. Melhor será dar empate. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/02/2016
Código do texto: T5548590
Classificação de conteúdo: seguro