ZONA DE CONFORTO
Coisa boa é poder acordar tarde todos os dias, tomar o café da manhã bem sossegado, ligar a TV em algum programa de entretenimento, ou então ligar o rádio na estação de preferência, sem ter nada para fazer. Navegar na internet, entrar no facebook e ver tudo o que está rolando por lá, postar alguma coisa e esperar pelo horário do almoço.
À tarde tirar uma sonequinha e assistir a algum filme na TV ou vídeo, passear no shopping, com dinheiro para gastar.
Quantos de nós não gostaríamos de ganhar na loteria, ter uma vida assim tão sossegada e podermos fazer tudo o que quisermos?
O pior é que há quem ganhe uma grande bolada na loteria e acredita que é possível levar o resto de seus dias na flauta. Mas um dia percebe que uma vida assim é bem frustrante. Vê-se em um estado de degradação tão grande que não encontra forças para reverter a situação.
Nessa condição até o metabolismo da pessoa é diminuído, nada muda, nada acontece, nada se produz, não há movimento, a vida é precária, a doença toma conta e a morte se avizinha.
A chamada “Zona de Conforto”, não convém a ninguém.
Nós não fomos concebidos para ficarmos no ostracismo e sim para buscarmos diuturnamente o nosso sustento, nossa evolução e a nossa sobrevivência.
Alguém estagnado na “Zona de Conforto”, grosso modo, pode ser comparado a um barco no cais estabilizado por todas as amarras e todas as âncoras. Estará em total segurança, mas não foi construído para ficar ali. Deve ganhar o mar e cumprir o seu propósito, que é o de navegar em águas nem sempre tranquilas, muitas vezes turbulentas. Ser capaz de suportar com movimentos, inclinações e balanços que amortecem os impactos das tempestades, realizando manobras precisas e com e boa propulsão, sair incólume.
Assim devemos ser nós, lançarmo-nos a novos e constantes desafios superando-os um a um e crescendo a cada nova etapa. Pois isso é o que nos energiza, mantendo-nos vivos e saudáveis, física e mentalmente.
Devemos buscar novas maneiras de fazer, de inventar, de impor-nos a nós próprios estudos e pesquisas constantes, elevando a nossa mente a novas perspectivas. Aumentar a nossa capacidade de questionamento e de negociação, fazendo crescer assim o nosso instinto de sobrevivência e nos manter em constante evolução.
Sair da “Zona de Conforto” é se permitir experimentar o novo, passar por provações as mais diversas, negar a mesmice, expor-se a certo estresse, não ter tanto medo de errar, porque é melhor errar por ação do que por omissão.
Aquele que se mantém fora da “Zona de Conforto” evolui naturalmente, independentemente de políticas, de pessoas ou de lugares. E desconhece o pessimismo e o desânimo, que é próprio dos seres comuns, dos resmungões, dos acomodados.