Lua-(a-mar)-te.
"Lua nova, vida boa"
Todas as noites me pego encarando o céu, em busca da lua. E quando a encontro, é como um momento digno de câmera lenta e trilha sonora com piano nos filmes, paro, observo, sorrio involuntariamente e permaneço. Porque a lua é superficial, e também é adjetivo, é metáfora e também anacoluto de vidas substancialmente completas. E a lua também é gente, é fase de vidas excepcionalmente ligadas apenas ao corriqueiro, provavelmente cheias ou é fase de mudança, novas, aliás.
Lua sou eu, minha nova vida e esse ano, porque é quando o psicológico e o físico se alinham, é quando ela finalmente se depara com o Sol, é novidade em relação ao amor, e por amor me fiz maré, aguardei a lua me motivar e me mudar. Assim fui mar, lua, maré, lenda, misticismo e aprendizado, como a-mar, como transfor-mar. Tive meus universos e planetas particulares, tive Marte, tive minhas poesias crônicas e cotidianas. Hoje sou nova, distante e ao mesmo tempo perto de a-marte.
Lua é ela, é ele, é o que há entre eles, aquele algo crescente que a cada dia aumenta sua luz, sua intensidade, ainda sim contado, cronometrado como o tempo ao lado um do outro. É crescente como o sorriso que nasce quando os olhos se encontram ao acordar, ela recostada em seu peito permitindo à desarmonia equalizá-los.
Lua são momentos e necessidades, devidamente preenchidos, cheios. Porque cada segundo deve ser muito bem vivido, seja com um alguém que valha a pena, ou apenas na indecisão de um ocorrer oculto.
Lua são nossos ciclos na vida, que perdem a intensidade como a minguante, quando as situações imploram por um desfecho, como um amor, o fim deles, nosso fim. Nova que sou, já tive meu fim, e fui completa pelo recomeço porque o desejo final sempre será o mesmo, que um dia tudo de bom retorne, que sejamos luas, que tenhamos a vida boa e que sejamos novos.