- Din don!
Soa a campainha e vou atender. O agente de saúde entra em casa, olha tudo e me diz que estou de parabéns!
A única planta que tenho, uma espada de São Jorge, molho com borrifador. Não acumula água.
O sujeito vai embora, me cola um papel atrás da porta do banheiro.
Que bom, entrei para a estatística dos bem educados que cobrem seus ralos, não acumulam lixo, etc. etc.
Desço do meu apartamento e a duzentos metros uma enorme caçamba de lixo.
O lixo está do lado de fora. Os catadores jogam o lixo na rua, aproveitam o que podem e lá se vão.
Vinte passos adiante, um esgoto a céu aberto. Não há conservação dos bueiros. Raro, em épocas de grandes chuvas.
Ao lado de minha casa, um bueiro foi limpo, mas a sujeira ficou acima dele.
Parte do que sobrou dele, após as chuvas torrencias de ontem, que devolveu parte do lixo ao bueiro.
Ouço muito: o povo não tem educação. Verdade!
O sujeito coloca o lixo de manhã cedo em sacolinhas de mercado, porque não tem dinheiro para comprar sacos de lixo, e vai trabalhar.
Os cães fazem a festa, antes dos catadores.
Vez por outra, passam por aqui varrendo a rua. Mais trezentos metros, além dos duzentos que mencionei, encontramos a entrada da Comunidade do Jacaré. Se chover pouco, nem se atreva a passar por lá.
As ruas alagadas, os pivetes roubando pedestres no meio do tráfego congestionado.
Carros não anfíbios boiando na enxurrada.
Avisem aos governos estadual, municipal e federal que precisamos de soluções reais. Não de visitinhas em casa.
Tantos impostos e querem te empurrar goela abaixo a CPMF.
Nas próximas eleições não votem no mais bonitinho, juventude!!!!
Pesquisem para que o país possa mudar.
Como disse Eça de Queiroz: "Políticos e fraldas, devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo".
Precisamos de saneamento básico, não de falsas promessas e visitas em casa.
Antes porém, vamos sanear a política, porque de promessas, dizem, que o tal do inferno anda cheio.
O mosquito acima, já é promessa de campanha!