Eu voltarei
Sabe aqueles coisas completamente banais que você tem certeza que não te farão falta? Então, eu tinha certeza que escrever aqui era uma delas. Mas acabei sentindo falta. Falta de falar besteiras não tão besteiras assim, de tratar sobre os assuntos mais variados possíveis, para meia dúzia de gente, que nem sequer sabe quem sou. Isso fez falta, juro. E para começar gostaria de avisar que eu estou de mudança. Não só de lugar mas de vida também. E até de mentalidade. Creio que isso tenha um motivo, e irei eu explicá-lo.
Acontece que eu estava vivendo no automático já faz um tempo. E acho que isso é bem comum para aqueles que trabalham e ocupam suas mentes todos os dias. Vivemos no automático. Criamos sonhos e acabamos por atrasá-los até o máximo que pudermos. Até nunca realizá-los. Colocamos a culpa em um ou outro motivo, mas no fim nós apenas temos medo. Medo de seguir em frente e fazer aquilo que planejamos lá para o futuro. E eu estava exatamente assim. Estava, não estou mais.
E por incrível que pareça foram o ano novo e uma amiga que me ajudaram a entender o que eu deveria fazer. Eu tinha de mudar. Foi então que decidi, irei correr atrás de meus sonhos. E por correr atrás dos meus sonhos eu falo em mudar-me para a capital do estado e começar a estudar para conseguir fazer o curso que desejo: Jornalismo.
Morar sozinho deve ser difícil, pelo menos é o que todos dizem. Ter de trabalhar, pagar as contas, sem falar que eu não terei mais aquela mágica de jogar as roupas sujas no cesto e der repente, taram, elas aparecem macias e cheirosas. Já era. Mas no fim das contas, morar sozinho representa muito mais do que responsabilidades. Esse desafio significa que finalmente eu saí do automático. Corri atrás, caminhei em direção ao que mais queria, enfim, fui buscar meu lugar ao sol. Ou a sombra, porque sinceramente, não gosto de sol.
E sinto que devo compartilhar esse sentimento com as outras pessoas. Vivemos um momento economicamente difícil, alguns tem até dois empregos para conseguir pagar as contas. Quem antes saiu, agora retorna para a casa dos pais. Lá fora o mundo é amedrontador. A violência, a falta de emprego. Tantas coisas ruins que fazem até o mais bravo dos lutadores de MMA estremecer. Aliás, tem muitos por aí que já tremem diante do caos que está nossa economia. Falta pouco para começarem a vender o cinturão para conseguir pagar o “whey”.
Brincadeiras à parte, eu tenho de admitir que realmente não será fácil. Mas nunca é. Sair da zona de conforto e enfrentar os medos para ganhar o mundo. Mas creio que um dia eu irei olhar para trás e ver que o caminho suado me rendeu frutos. Eu aprendi. E talvez até resolva ser um daqueles velhos sábios que chamam crianças mais novas para contar como a vida vai ser difícil para elas, e que elas devem persistir para conseguir o que querem. Aliás ta aí uma coisa que quero ser: Um velho que dá conselhos. Espero que até lá aprenda tudo que vou precisar para poder fingir ser sábio.