Outros Carnavais (um pulo na história). - EC
E os telejornais comentam com empolgação sobre a apuração das escolas de samba do Rio de Janeiro. Pouco conhecedora que sou não identifico além da tecnologia, muitos contrates com os carnavais televisivos que assistia quando criança. Cores, luxo, beleza continuam fascinantes tanto quanto nos carnavais pré “lepo-lepo”.
Porém me recordo de certa inocência pueril com as seringas de água com que molhávamos os passantes, da conquista em lançar serpentinas de um lado a outro da rua, de coletar confetes no chão com outras tantas sujeiras para continuar a festa colorida pelo ar, mas que logo “enfeitavam” os cabelos alheios. Quantos risos! Quanta alegria!
Alguém sugere que o carnaval teria perdido sua essência. Mito ou verdade ?
Quem encontraremos para com saudosismo nos contar sobre as festas primaveris recheadas de embriaguez e danças nas quais homenageavam os deuses pagãos Pan, Saturno e Baco (Lupercais, Saturnais e Bacanais)? Ou então mais além: que se recorde que antes do papa Paulo II, as festas em torno do palácio não contemplavam máscaras?
Com menos mofo histórico podemos citar que no Brasil, as festas carnavalescas foram se propagando se aprimorando na mesma medida em que na Europa iam minguando, restando por lá poucos marcos de expressão desta festa, como por exemplo Veneza , Nice e Munique.
Entrudo era o nome dado à comemoração em Portugal, uma referência ao início da Quaresma, ocasião em que havia grandes cortejos danças e bebedeiras, e foi trazido para o Brasil, onde em solo fértil germinou frondosamente. Tanto lá como cá, as brincadeiras eram para nossos conceitos atuais, muito violentas, nas ruas escravos atiravam entre si restos de comidas, frutas podres, ovos, enquanto que as respeitosas famílias burguesas divertiam-se derramando baldes de águas sujas sobre os distraídos transeuntes. Devido a protestos, com o passar do tempo bisnagas com groselha (precursora do lança perfume) e esferas com água perfumadas foram tornando aceitáveis as brincadeiras.
Já após o século XIX, as inovações foram mais notórias, não havia até então um ritmo específico para o carnaval, a princípio só gritaria alguns bumbos, Zé Pereira, e provocações com personalidades políticas. Em 1899, Ó abre alas, foi composto por Chiquinha Gonzaga, sendo a primeira música especificamente destinada ao carnaval. O escritor Jose de Alencar também trouxe a influência europeia incluindo carros alegóricos nos desfiles de rua. Contudo apesar de esforços como de Silvio Santos e de Braguinha, as marchinhas caíram no esquecimento, sendo posteriormente substituídas pelas composições de enredos das escola de samba que a cada ano, mantendo ou não a essência do carnaval, surpreendem e inovam com criatividade e magia... e a Mangueira é a campeã do Carnaval 2016.
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Esta crônica faz parte do exercício criativo "outros carnavais". conheça outros textos http://encantodasletras.50webs.com/outroscarnavais.htm