O Escrevente da Vida!

Sou um escrevente da vida!

Cresci nas agruras de um adolescente sem rumo!

A única certeza que tinha é que algo estava reservado para mim! Não nasci só para está vivo!

O que a vida me reservava? Nada tinha! Meus gostos não eram os gostos da maioria!

- Nem parece que é baiano! Ouvia!

Sofria bullying e o termo bullying nem havia surgido!

No mundo insensível a sensibilidade é diferente!

Permanecia firme mesmo ouvindo duras palavras daqueles que deveriam ser chamados de amigos!

Tinha minhas manias! Por certo que as tinha! Rio agora ao lembrar que nos tempos da brilhantina ouvia música clássica!

Ouvia Chopin, Lizt... Beethoven gostava muito não! Ravel só do “Bolero”!

Chopin era meu favorito! Talvez pela tristeza que sentia em suas composições!

Mas amava os Beatles! Chico Buarque...

Era um devorador de livros! A leitura me fazia sonhar!

E foi num sonho que a conheci! Ah, o amor...!

- Você não dança? Perguntou!

Estava sentado observando corpos a dançar numa quadra de esportes de um ginásio escolar!

Tremi! Mas não temi! Gostava de dançar!

Minhas mãos em seus ombros coloquei e iniciamos o bailar!

Logo ousei e sua cintura enlacei. Quando a música terminou minhas mãos seguravam o seu traseiro! Nos separamos!

Fui um adolescente tímido! Medroso não! Continuei assim na vida adulta!

Dice! Nome de deusa! No dançar seus ouvidos me pus a sussurrar!

Assim vivia meus terríveis dias de adolescente! Com Dice a namorar! Para que espalhar?

O sentido da vida encontrei em meu pesar!

E o escrevente, ainda que só, me levou a compor o roteiro do que sou!

Ser livre!

Não foi o que me restou?

Luiz Capelo
Enviado por Luiz Capelo em 14/02/2016
Reeditado em 14/02/2016
Código do texto: T5543306
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