PERDÃO.CONFISSÃO.
Salomão ensinou como aprender o valor da sabedoria, ela é racional. Lisa e fria diante da verdade, da inevitabilidade.
“Por amor disto desejei eu a inteligência e ela me foi dada; e invoquei o senhor, e veio a mim o espirito da sabedoria; e a preferi aos reinos e aos tronos e julguei que as riquezas nada valiam em sua comparação; nem pus em paralelo ela com as pedras preciosas; porque todo o ouro em sua comparação é uma pouca de areia, e a sua prata será reputada como lodo à sua vista, e eu a amei mais do que a saúde e do que a formosura, e me resolvi a tê-la por luz; porque sua claridade é inextinguível. E eu a aprendi sem fingimento, e a reparto com os outros sem inveja, e não escondo as riquezas que ela encerra”.
Isto é racionalidade, necessidade de vida com objetividade consciente.
O Papa acaba de dar uma relevância ao perdão dos “pecados” mais graves. E pedir menos severidade ao ato confessional.
O atual e magnífico Papa, grandioso em sua sabedoria como Salomão.
Quem não tem pecado? E quem é quem, humano como nós, para perdoar em regime confessional?
O perdão está no arrependimento eficaz como na lei dos homens, quando pode ser abortado o resultado. A lei humana pune o resultado do ato. O arrependimento eficaz evita a consumação, o resultado do crime.
Confissão, confessar a humanos como nós nossas faltas, seja quem for o confessor, é ritual criado pela Igreja, sacramento instituído pelos homens. A Igreja católica deve sua construção a São Paulo, advogado, gênio político, estrategista, finíssimo intelectual. Os componentes da Igreja, cometeram e cometem uma avalanche de pecados, maiores que os nossos, basta lembrar a intolerável pedofilia e a procissão de “pecados” da inquisição, desde torturas aos incestos.
São faltas gravíssimas, longevas e contemporâneas. Qual a autoridade de seus membros para perdoar as nossas faltas, sem que haja de minha parte nenhuma insurreição aos dogmas, ao contrário, sou Cristão-católico, mas racional, não sectário, nem hipócrita religioso, muito menos infantil.
A Virgem Maria é meu escudo e conforto na benção de seu Santo Filho Jesus. “Nada me faltará”, nenhum conforto espiritual.
O Papa defendeu que a “Igreja deve ser menos rígida” e convocou padres a expressarem a “maternidade da Igreja”, digamos, a resignação e a misericórdia da Virgem e o amor do Pai projetado em seu Filho. E disse o Papa que: “os “missionários da misericórdia” deverão condicionar tarefas habituais com o abrandamento, com o aval para pregar o perdão aos que violam o segredo confessional, dessacralizam a hóstia, e ATÉ OS QUE PLANEJAM A MORTE DO PAPA” . Caixa alta nossa.
Se há a alegação de plano para a morte do Papa, dito por ele, desassombradamente, razões existem para tal dicção, de tanta gravidade. E isto, para quem conhece história, não é novidade.
Disse o Papa, “olhar para o próximo sem julgá-los”,
Jesus de Nazaré, o Cristo, nada nos disse a respeito sobre pecados e sua confissão a seguidores, e julgamentos, somente “amai o próximo como a si mesmo”, e por este caminho não ofendê-lo.
O sacramento instituído é o amor, o mesmo que Ele sinalizou sendo corpo no pão e sangue no vinho, para recebermos e nos revigorarmos na caminhada. A este sacramento me curvo inteiro, ajoelhado, diante da soberania do amor.
Se houve ofensa se arrependa o ofensor, e peça perdão ao ofendido, o ato confessional da culpa se faz ao que foi molestado, ofendido. O tribunal é o da nossa consciência, remissão interior.
Indaga-se como terceiros julgarem o fato – ofensa – e dar penitências se o ofendido não ouviu o pedido de perdão e perdoou?
Um juiz - o confessor - não dá penitência, restaura o direito violado ou ameaçado, destaque-se, neutraliza a ofensa, não perdoa. É o humanismo em prol da harmonia. O objeto é fazer cessar a ofensa ou seus resultados. Para tanto arrazoa o velho testamento: " Colocarei Juízes nas Portas de Israel...". Penitências de terceiros não significam remissão verdadeira se inexistir consciência em arrepender-se. O tribunal é interior, só nosso.
Quebrar o ciclo da vida aceitando a morte. É este o primeiro e extremo desafio para ser racional. O que mais se almeja? A vida. Mas ninguém vive eternamente.
Perdão é ato de grandiosidade, mas a publicidade do arrependimento deve ser conhecida por quem foi ofendido, e só ele nos trará paz, perdoando, foi o que nós ensinou Cristo pelo amor ao próximo. Há uma objetividade. A paz virá somente depois de conhecido o arrependimento pelo ofendido.