Memórias de uma viagem a Viçosa do Ceará
Foi no Sítio Tope, zona rural de Viçosa, na casa de seu Antonio Joca e de dona Benilda, que passamos o Carnaval (eu e mais dez pessoas). Com eles mora o filho mais novo, Daniel. Além deste, o casal tem outros filhos: Célio, Cristiane, Adriana, Andreia e Reginaldo (meu cunhado, que também atende por “Chico”... coisas dos meus irmãos).
E para começar o dia: “Bora lá no João Pinto, é bem ali!” Subidas e descidas, em total aventura, no meio do mato. Mas valeu o cansaço, pois revi Estefânia e seus meninos, agora adultos.
Vimos peças de barro (a “loiça”, como lindamente falam os viçosenses), trabalho artesanal que garante a muitas mulheres um dinheirinho para ajudar no sustento da casa.
Próxima parada: Buíra! “Fiquem à vontade, podem explorar o sítio!”, anunciou Ernesto, dono da casa. Daniel e outro rapaz subiram numa jaqueira carregada e lá de cima lançavam as frutas. E nós, agachados no chão, devorávamos os favos.
No Sítio Buíra fizemos uma trilha cheia de emoções. Brena e eu de pés descalços, com medo de escorregar na vegetação. Um sobe e desce fantástico, e cansativo, perfeito pra diminuir a minha culpa (e as calorias) pelo absurdo de jaca que comi. Taizinha, a nossa pequena de quatro anos, apavorada no meio do mato, disparou: “Eu tô com medo, mas eu quero ir! Essa aventura tá muito divertida!”. Papai, “o garotão de 74 anos”, acabou desistindo no meio do percurso. Antes disso, alfinetando não sei se a mim, diante do meu sedentarismo, o flagrei aos cochichos com Ernesto: “pois eu, com meus 74 anos, escalo qualquer pau!”. Não era bem isso o que ele queria dizer, mas... Gritei pra chamar a atenção de todos: “É o quê, menino?” e repeti a fala do meu pai. Foi a piada da viagem.
Estivemos ainda em General Tibúrcio, Distrito de Viçosa, para visitar a outra parte da parentada. E foi por ali que revimos tia Terezinha, e provamos sua cachaça (tira-gosto: seriguela).
Foi a minha primeira vez em Viçosa, mas eu me senti em casa. Ô povo danado de bom! Adorei participar de toda aquela fartura: galinha caipira; carne de porco na brasa, no forno, na panela; tapioca de goma fresca; beiju; bolo de puba; jaca; manga... E, embora não saísse da minha mente o cós da calça enrolando, eu comia era de tudo.