Gualco; Montañez e Coleta; Arcádio Lopez, Rodolfi e Arico Suarez; Peucelle, Sastre, Massantonio, Moreno e Garcia. Reconhece, futebófilo amigo? Essa é a formação argentina em jogo da Copa Roca, de janeiro de 1939, quando enfrentou o Brasil, em Buenos Aires, e nos aplicou uma sonora goleada de 5 a 1.
E o Brasil não tinha mau time àquela época, menos de um ano depois de brilhante e brigante participação na Copa do Mundo da França em 1938. Do nosso lado jogavam Batatais, Domingos da Guia, e Machado,Bioró, Brandão e Médio, Luizinho, Romeu Pelliciari, Leônidas da Silva, Tim e Hércules, craques consagrados. E, no entanto, aquele acachapante e vergonhoso resultado.
Anos depois do fatídico evento, o grande Tim, o Elba de Pádua Lima, que virou técnico, admitia candidamente que os hermanos haviam mesmo jogado melhor. E não sei se chegava a dizer e não se fale mais nisso. E quem falava nisso era papai, que aos 94 anos, nos deixou faz meras 5 semanas.
Terá a oportunidade de abraçar todos esses vinte e dois bravos guerreiros, que conhecia apenas por meio de uma transmissão esportiva radiofônica, certamente cheia de chiados e estalidos, naquele primeiro jogo da Copa Roca de 1939 entre as duas das maiores potências esportivas do planeta.
E sem a locução de Milton Neves ou Renata Fan - aí Dios mío, aquella mujer de mi corazón hace un lío, u un caudaloso río - para animarem uma platéia, e somente com os ouvidos colados no rádio, que nem lhe pertencia, guardou, aos dezessete anos para nunca mais esquecer aquela linha de carrascos de nosso Brasil.
Poucos meses ainda antes de sua partida, dava gosto ouvi-lo, a pedido, declinar os nomes desses gentis hermanos. Do segundo para o terceiro (Montañez e Coleta) é que movido pela aliteração que se formava, dizia então Montana e Zicoleta, mas no restante dos nomes ia correto sem um deslize por mais discreto que fosse.
Paradoxalmente, não se lembrava dos nomes dos brasileiros envolvidos na contenda. Também diante daquele pífio resultado, guardar não seria redobrado pecado?
Tendo ouvido a declamação paternal mais de uma dúzia de vezes, não consegui guardar todos os nomes em sua sequência, no entanto. Tampouco logrou o intento o mano César, de memória mais afiada que ainda mais vezes a provocara e ouvira. Tive que recorrer ao google para redigir estas linhas. E o curioso, é que na continuação da história, os argentinos, apesar da grande vantagem que estabeleceram no primeiro jogo, acabaram perdendo o cobiçado troféu.
O segundo jogo, no Rio, em São Januário ia empatado, 2 a 2, quando um pênalti a favor do Brasil virou o pomo da discórdia. Os muy amigos abandonaram o campo e a penalidade foi cobrada com o gol vazio. E a terceira e decisiva partida nem houve, com a desistência dos argentinos. Copa nossa.
Com esse Brasil há quem (em)poça, além dos alemães com aquela coça?
E o Brasil não tinha mau time àquela época, menos de um ano depois de brilhante e brigante participação na Copa do Mundo da França em 1938. Do nosso lado jogavam Batatais, Domingos da Guia, e Machado,Bioró, Brandão e Médio, Luizinho, Romeu Pelliciari, Leônidas da Silva, Tim e Hércules, craques consagrados. E, no entanto, aquele acachapante e vergonhoso resultado.
Anos depois do fatídico evento, o grande Tim, o Elba de Pádua Lima, que virou técnico, admitia candidamente que os hermanos haviam mesmo jogado melhor. E não sei se chegava a dizer e não se fale mais nisso. E quem falava nisso era papai, que aos 94 anos, nos deixou faz meras 5 semanas.
Terá a oportunidade de abraçar todos esses vinte e dois bravos guerreiros, que conhecia apenas por meio de uma transmissão esportiva radiofônica, certamente cheia de chiados e estalidos, naquele primeiro jogo da Copa Roca de 1939 entre as duas das maiores potências esportivas do planeta.
E sem a locução de Milton Neves ou Renata Fan - aí Dios mío, aquella mujer de mi corazón hace un lío, u un caudaloso río - para animarem uma platéia, e somente com os ouvidos colados no rádio, que nem lhe pertencia, guardou, aos dezessete anos para nunca mais esquecer aquela linha de carrascos de nosso Brasil.
Poucos meses ainda antes de sua partida, dava gosto ouvi-lo, a pedido, declinar os nomes desses gentis hermanos. Do segundo para o terceiro (Montañez e Coleta) é que movido pela aliteração que se formava, dizia então Montana e Zicoleta, mas no restante dos nomes ia correto sem um deslize por mais discreto que fosse.
Paradoxalmente, não se lembrava dos nomes dos brasileiros envolvidos na contenda. Também diante daquele pífio resultado, guardar não seria redobrado pecado?
Tendo ouvido a declamação paternal mais de uma dúzia de vezes, não consegui guardar todos os nomes em sua sequência, no entanto. Tampouco logrou o intento o mano César, de memória mais afiada que ainda mais vezes a provocara e ouvira. Tive que recorrer ao google para redigir estas linhas. E o curioso, é que na continuação da história, os argentinos, apesar da grande vantagem que estabeleceram no primeiro jogo, acabaram perdendo o cobiçado troféu.
O segundo jogo, no Rio, em São Januário ia empatado, 2 a 2, quando um pênalti a favor do Brasil virou o pomo da discórdia. Os muy amigos abandonaram o campo e a penalidade foi cobrada com o gol vazio. E a terceira e decisiva partida nem houve, com a desistência dos argentinos. Copa nossa.
Com esse Brasil há quem (em)poça, além dos alemães com aquela coça?