MORRA E DEIXE MORRER.

Pergunto, quando foi que perdemos a noção de que a vida dos outros não nos pertence para nos transformarmos em moralistas obcecados, fofocando sobre os defeitos de perfeitos estranhos? Quando foi que deixamos de se preocupar com a nossa vida para virarmos fiscais dos costumes dos outros, apontando o dedo pra gente que a gente nunca viu?

Hoje somos todos justiceiros de alguma coisa. Há sempre uma minoria para salvar de algum perigo. Negros, mulheres, gordos, crianças, gays, ciclistas, índios. Há sempre alguém pra gente usar por aí pra alimentar o nosso próprio ego e escalar montanhas em direção ao nosso incandescente paraíso moral. Há, aos montes, arqui-inimigos pra odiar e combater.

A intolerância desmedida a tudo e a todos, como se perfeitos fossemos.

Em pouco tempo, sorrir será preconceito aos que não tem a arcada dentária perfeita; Propaganda de escovas e pentes também será proibida, pois será ofensiva aos carecas...

Hoje pessoas te abordam no meio da rua se você estiver fumando, para frisar que o cigarro faz mal e mata, como se o fumante não soubesse e não tivesse o direito de morrer. Amanhã, provavelmente, as pessoas obesas serão abordadas por algum paranoico frisando que a obesidade mata; Que tomar sol causa câncer de pele...

INTOLERÂNCIA IGNORANTE.

“VIVA E DEIXE VIVER (OU MORRA E DEIXE MORRER)”.