CORTINAS DE SEDA

Cortinas de seda

Foram confeccionadas em seda importada e ornamentavam as janelas do belíssimo casarão.

Eram em grande número as janelas que davam para a parte externa da pracinha, onde estava situada a majestosa mansão.

Sempre ao entardecer via-se através das cortinas uma silhueta, que era visível ser de mulher.

Seus cabelos eram longos e caiam em cachos e cobriam parte dos ombros.

Pelo volume de seus cabelos e pela visão da silhueta deveria ser de uma jovem sonhadora, que sempre ao entardecer ficava a olhar algo que visualizava através das cortinas.

Não podíamos ver seus olhos, mas o gesto de levar as mãos ao rosto, deveria estar enxugando lágrimas que lhe escorriam pela face.

Seriam lágrimas de saudade, de tristeza?

Nunca soubemos.

O segredo ficou por detrás da cortina de seda importada que emoldurava a janela.

Alguns anos passaram.

Em uma das janelas não se via mais o vulto esguio

que sempre ao entardecer ali se postava.

Entristecido ficamos, pois mesmo sem poder descobrir e ver a cor de seus olhos e o colorido dos seus cabelos, sua silhueta esguia nos alegrava, nos conduzia ao mundo fantástico do sonho e da imaginação.

Curitiba, 6/7/2007.

Dinah Lunardelli Salomon

Hanid
Enviado por Hanid em 06/07/2007
Código do texto: T553934
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