Marcha da quarta-feira de cinzas

Acabou, querida, o nosso carnaval. Ninguém ouve mais nenhuma música. Não passa ninguém brincando feliz. Ah, amor, agora nos corações só saudades e cinzas, e no corpo só se sente o efeito da ressaca. Foi só isso o que restou da folia.

Pelas ruas o que se vê é uma gente amarga, casada, mal-humorada e frustrada porque foi forçada a siossegar a periquita. É uma gente, amor, que não se vê e, mais do que isso, que ão se sorri, não se beija, não se abraça, não sai mais dançando e cantando aquelas musicas horríveis do axê music e, solitariamente, cantigas de amor.

Mas, meu bem, é preciso cantar. Mais do que nunca é preciso cantar. Nunca foi tão necessário alegrar de verdade a cidade. Olha, essa tristeza que a gente tá sentindo pode, quem sabe, acabar. Dia virá que as pessoas,independente de carnaval, vão dançar alegres, contentes da vida. Você vai ver pelas ruas, praças, locais de trabalho... as pessoas felizes a cantar.

Por quê? Porque são tantas as coisas azuis -a liberdade é azul - e tantas promessas efetivas de luz que a gente pode construir um novo país livre do mercado materalista e das ambições desmedidqas dos políticos. São tantas as belezas,querida, que a gente vai tornar a esperança - o sonho do homem e da mulherr acordados - numa realidade.

Quem dera,meu bem, viver prar ver e brincar o verdadeiro carnaval com a beleza dos antigos carnavais com marchas tão lindas e o povo cantando o seucantode paz. Um povo feliz e solidário. ão há ressaca, amor, que casse e proia meus sohos de um país maisjusto e mais humao, um país de pessoas dignas e felizes. Amém. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/02/2016
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