QUE LUGAR É ESSE
Sabe aquelas tardes de outono, quando o sol amarelinho quase desmaiando, se põe no horizonte?
Lembranças nostálgicas chegam-me desde a mais tenra idade, daquele lugar que não sei onde fica.
Tenho certeza plena, que nunca estive lá.
Recordo-me bem do casarão no alto, com o imenso jardim de margaridas na frente.
E como num filme antigo, consigo ver cada detalhe.
Da sacada do lado esquerdo do casarão tem outro jardim, cercado de cedros podados, formando portais. Do outro lado desses portais, está um tosco caminho de pedras, forrado de folhas das árvores que o ladeiam. Chega até o casarão um delicioso aroma de flores, que vêm do outro lado dos portais.
Da sacada direita, vejo um muro e adiante um campo muito verde que vai até o horizonte.
Nos fundos, o velho cemitério tem o portão de grades, preso ao pilar por uma corrente e um cadeado. Esse portão juntamente com o pilar está caído, assim meio de lado.
Lá dentro uma solitária tumba, corroída pelo tempo, sem inscrição nenhuma, é velada por pequena árvore que se debruça sobre a mesma, fazendo companhia para quem ali repousa. E em seus galhos um pequeno pássaro cantando, cantando, cantando...