Compulsão irresistível e irreversível

Com o radinho de pilha ligado fico ouvindo as marchinhas carnavalescas de antigamente, recordando o passado, mas também refletindo sobre minhas farrapadas morais. Sou daqueles que não escondem por debaixo do tapete de uma amnésia conveniente, os seus deslizes, defeitos e derrapadas... Detalhe: não esqueço que minhas falhas me deixaram marcas profundas, que me envergonho delas. Sim, sei que isso é absolutamente normal. Todo mundo farrapa,aquie acolá. Não há super-homens e nem mulheres maravilhas. Nem santos e nem santas. Estes só no céu. Mas nem por isso a gente se esquece de certos pecadilhos e de pecados cabeludíssimos. E dói paca relembrá-los. Se pelo menos pudéssemos deletá-los, mas isso não é possível, há sempreaquele diabinho comaquele vozinha lá dentro da gente nos lembrando.

Mas ainda há algo pior: a compulsão quea gente sente para errar. Pessoalmente façoum esforço danado para não cometer injustiças, mesquinharias, ter sentimentos inferiores. Mas não tem jeito,de vez em quando sou acometido por uma compulsão irresistível e irreversível, e farrapo. Não sei não, possoestar fazendo uma ilação, masacho que todo homem e toda mulher sao susceptíveis às fraquezas humanas,inclusive as mais cabeludas. Faz parte da natureza humana.

Como faz parte tamabém da nossa natureza sentir vergonha por essas farrapadas morais. De cert forma é um arrependimento. Não que ele solucione a falta, releve, absolva,mas recordá-los, arrepender-se,sentir vergonha é uma espécie de pena. Mas vou voltar mionha atenção para as marchinhas, afinal é carnaval, não é momento para autocrítica moral. Sou um véio doido de pedra. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/02/2016
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