Fim de férias

Boa tarde meus 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez. Estou vindo aqui só para avisar que vou fazer a crônica de hoje no domingo, às 17h19min, no horário de sempre.

Motivo: quero escrever sobre o fim das férias e o primeiro dia de trabalho, tudo junto. Até lá!

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FIM DE FÉRIAS

(Domingo, 17h19min)

(Quinta-feira, 10h00min)

Pois é, eis eu aí com seis dias de atraso original e quatro de atraso secundário. Gostaram da terminologia? Mas bah, sou bom nisso, de inventar trololó para dar desculpas.

O fato é que resolvi escrever depois do Carnaval, para abarcar tudo na crônica: fim de férias, primeiro dia de trabalho, passagem do Carnaval. Sou assim mesmo, sou de lua, às vezes. Poucas vezes, claro. Pois é impossível para um cara que nem eu, que escreve com dia, hora e minutos ímpares marcados negar que é regradinho.

Minhas férias terminaram numa sexta-feira. No sábado, serviço. Sábado de Carnaval e esse Bacamarte chegando no batente depois das férias. Doces férias. Grandes férias. Mar, areia, sol, lua, morros, brisa. Ah, a vida. Foi tão bom que voltei feliz para trabalhar, o serviço parecia bem melhor. É que nem as lembranças das namoradas quando se está na guerra: a cada dia distante elas vão ficando mais belas na memória, até virarem a Luiza Brunet. Todavia, o melhor de voltar ao serviço é que justamente se tem um serviço para se voltar, assim como se tem uma namorada esperando quando se volta da guerra. Mulheres, serviços: podem às vezes não ser a melhor coisa do mundo, mas o mundo, sem elas e eles, não é tão bom quanto é.

Tomei uma cervejinha no final da tarde no meu último dia de férias. Depois fui num barzinho, tinha uma dupla tocando pop rock lá e eu tomei mais uns chopinhos e comi um rodízio de pizza. Duas da manhã estava eu em casa. Acordei às 7 para ir pro trambe. Tudo bem, esse Bacamarte cinquentão ainda segura esse lance, não preciso dormir às 20h para ficar em condições de trabalhar no outro dia. Conheço cara da minha idade que já precisa. Nem dorme, mas fima na cama, relaxando o corpo velho, pré carregando as baterias.

Estava bom o show, excelentes eles: a guria canta como se fosse um temporal, como se fosse o rugido do mar! o cara tocava muito, o violão Tagima de cordas de aço dele, com um timbre muito bom, enchia todas as harmonias das canções, ele harmonizava fluído, não era aquela coisa quadrada ou redonda só com os acordes. Muito bom o cara, baita músico.

No outro dia, o serviço. Sábado. O cusco que tem lá me viu a ficou todo faceiro. Eu dou bastante coisa pra ele comer. É dos meus confirmados o Sandoval. Eu que dei esse nome pra ele. Os outros o chamam de Negão. Achei pouco original, botar esse nome no cusco só porque ele é todo preto.

Sabem de um coisa? Não vou ficar falando de serviço. Que graça pode ter ficar falando de serviço. Tá, até pode ter. Bukowski fez seu primeiro romance falando do serviço de carteiro dele e era legal. Mas eu não tô a fim de falar do meu agora. Deve ser efeito das férias ainda, sei lá.

Carnaval. Nem olhei Carnaval esse ano, sabiam? Sabem o que fiz? Claro que vocês não sabem responder nenhuma dessas duas perguntas, é lugar comum e até boboca fazê-las, mas sei lá, fica legal no texto.

Bom, eu fiquei olhando os dvd's antigos de Supernatural e de Criminal Minds. Descobri que as duas séries são a mesma coisa, só que na primeira os caras caçam os assassinos seriais do outro mundo e na segunda os desse. Simples assim.

Supernatural é mais engraçada, mas é também mais adolescente, no sentido pejorativo. Mas eu gosto. A gente fica conhecendo as lendas urbanas e os mitos dos americanos, que eles criam cada episódio em cima de um deles. Meio bobo, como tomar cerveja na beira da praia nas férias, mas eu gosto, é bem produzido, dirigido e escrito. É adolescente sem ser óbvio. Os americanos não brincam em serviço, as séries deles são as novelas deles e, além do mais, eles tem todo o know how de anos de predomínio da indústria cinematográfica, sabem como fazer "diferente aquela coisa sempre igual", como a Rita disse do Martinho naquela canção.

Criminal tem um certo humor, mas já é coisa pra adulto, cabeça, trabalha com perfis psicológicos e sociais dos suspeitos (que é como eles chamam os "bandidoidões"), baseado numa unidade do FBI que realmente existe. Bem legal, relaxo vendo todos aqueles horrores na tela. Será que tem algo de errado comigo? Poderia ser como todo mundo, olhar novela para relaxar, entretanto relaxo vendo Supernatural e criminal. Ah, já vou dizendo: não gosto dos CSIs da vida, acho ficção cientifica demais e, se é para ir nesses genéricos, prefiro voltar regularmente aos meus DVDs de Perdidos no Espaço, é infantil vintage, mas eu gosto. E gosto não se discute, não é mesmo? A não ser que você goste de ser um bandidoidão e matar gente, daí tanto de discute como se prende. Mas não é o meu caso.

Mas o certo então que eu troquei as bundas e os peitos de fora do Carnaval por Criminal e Supernatural. Acho que foi o fastio da praia, tanta mulher seminua, que a gente enjoa. Não é deixar de gostar, é enjoar, que é diferente. Descobri isso quando fiz teatro, quando bem jovem. Na peça tinha nudez. Uau, nudez! Me senti o cara. Também ficava pelado, sem problemas, até porque, modéstia à parte...

E então percebi que, depois de um tempo, vendo tanta mulher pelada todo dia, a gente se acostuma, aquilo deixa de ser novidade e a gente já não fica mais impressionado ou ligado. Nem precisa mais se preocupar com ereções involuntárias e inconvenientes em cena.

Assim passei o Carnaval. Todavia, confesso: mesmo me sentindo um boboca, acompanhei a apuração do Rio de Janeiro na Globo. Nem vi o Carnaval e estava lá, na frente da TV, olhando as notas. A competição valendo mais que a diversão! Mas o carnaval carioca não está virado nisso mesmo, competição, sucesso, cifrão?

Ganhou a Mangueira. Vocês já sabem disso. E isso não mudou em nada a nossa vida, não é mesmo? Carnaval é na prática, ou você vai ver na sua cidade ou não tem graça, pois carnaval é festa. Em Charky City não tem Carnaval. A Groenlândia é estranha. Para um brasileiro, claro. E vice-versa.

Bom, escrevi demais, vou parar por aqui. Ninguém lê texto longo na internet. Acho até mesmo que ninguém vai ler esse texto. Você leu? Leu mesmo? Ou só leu o início e passou por cima direto, vindo aqui pro final? Verdade, leu? Então responda: qual é o nome do cachorro que tem lá no meu serviço e qual a série de TV antiga que eu gosto?

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 05/02/2016
Reeditado em 12/02/2016
Código do texto: T5534506
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