Pet Gigantão

Estou meio escondido do carnaval, somente brechando da janela, roendo, admito. Mas não tenho mais pique para tomar parte em carnaval.

Por isso me refugio também na leitura e assisto a filmes, além de rabiscar as minhas maltraçadas. Vamosa arenga matinal.

Ador ouvir narrações de jogos de futebol pelo rádio, principalmente jogos de futebol do interior. É muito divertido e também é de certa forma uma crônica de costumes, nosso folclore, nossa linguagem, nossos causos. Não, não encaro como algo ridículo, de jeito nenhum, achomais intressante do que a narração defutebol dos grandes centros. Mas o que me chama mesmo à atenção são osapelidos dos jogadores: Venta de Empata, Meia Garrafa, Catota. Zé da Quenga (não é nada com a mãe dele não, é porque costumava beber água numa quenga de coco), Pneu Balão,Milium (tem apenas dois dentes na frente e separados), Sapo Boi, Babão, Marreco, Pintinha de anjinhobarroco e agora apareceu um novato: Pet Gigantão, pensei maldoso que fosse algo relacionado com um anrtigo ponta-esquerda que era apelidado de Zé Picão.Procurei desvendar o apelido. Seguinte:trata-se de um volante altão e habilidoso mas cansa no meio docampo, que nem o guaranão dolitrãoperde o gás, daí o apelido. Achei arretado. Detalhe, o Pet é muito bom na entrevista, se jogasse como fala seria um craque.

Num desses jogos, enquanto ouvia lia uma revista, a Piauí(adoro essa revista)e ouvi: "Lá rai (não dizem lá vai, é la rai) Catota, passa para Maeia Garrafa, espicha para Venta de Empada, que toca de perimeira para PetGigantão, esse lança de profundidade para Milium, domina e, ai, ai, ai, ai,minhaNossaSenhora das Dores, é goooooooool, gol do Bagaço. Foi de Milium, camisa nove". É umbarato. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 05/02/2016
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