Eles só olham para o Pau
Todos se encantam pela natureza... Quase todos!
Seja uma cachoeira, um campo, uma serra... uma praia – particularmente para mim é o espaço mais espetacular! Sejam pela sua areia, rochedos, o mar e suas reentrâncias.
Adolescente ainda minha família alugava uma casa no litoral e íamos todos na velha Kombi. Os farofeiros pareciam a “Grande Família” porque agregavam todos os membros e vizinhos também. Por isto tinha que ser uma grande casa, jamais apartamento.
Uma das recreações no litoral era levantar cedo para ver o sol nascer e sentir a maresia da brisa – toda madrugada trazia um espetáculo inédito. A diversão era fotografar aquele brinde à vida destacando os tons de sempre um novo amanhecer. As pessoas eram só complemento de silhuetas anônimas.
Ir ao litoral era o maior programa de férias que extrapolou a adolescência, a juventude e chegou à fase adulta. Além dos banhos de sol e mar, contemplar a natureza era mais que complementar.
Recentemente após um período sem ir à praia foi-se como forma de comemorar a aposentadoria.
Foi-se só!
Havia a necessidade de refletir sobre as inter-relações sociais e profissionais. Longe de a solidão ser dor é um modo para pensar e se autoavaliar. Tudo ao redor torna-se mais observável.
Nas caminhadas solitárias matutinas e durante a permanência na praia analisou que a atividade mais frequente entre os banhistas era o se fotografar: fazer “selfies” que caracteriza bem o pós-moderno. A sociedade tornou-se plenamente narcisista.
Para fazer os próprios retratos, individuais ou em grupos, o lugar objeto que mais se olha é aquele pau, aquela vara onde se coloca em sua ponta os celulares. O pau é posicionado cuidadosamente, avaliado sua distância, medido, observado para se fazer útil e atingir seu propósito.
Pode-se dizer que as pessoas na praia – ou qualquer outro lugar da natureza – não mais admiram as belezas naturais. Elas preferem olhar seus paus para fazer seus “selfies” e depois se autoadmirarem.
Nada contra. Também sou narcisista pós-moderno inserido na contemporaneidade. Adoro ser fotografado! Isto melhora a autoestima.
Ame-se! Fotografe-se à vontade; não é o corpo humano a maior invenção da Natureza?!
Pau de “selfie” na mão e olhar atento para a câmera de seus celulares. Está valendo!
Todos se encantam pela natureza... Quase todos!
Seja uma cachoeira, um campo, uma serra... uma praia – particularmente para mim é o espaço mais espetacular! Sejam pela sua areia, rochedos, o mar e suas reentrâncias.
Adolescente ainda minha família alugava uma casa no litoral e íamos todos na velha Kombi. Os farofeiros pareciam a “Grande Família” porque agregavam todos os membros e vizinhos também. Por isto tinha que ser uma grande casa, jamais apartamento.
Uma das recreações no litoral era levantar cedo para ver o sol nascer e sentir a maresia da brisa – toda madrugada trazia um espetáculo inédito. A diversão era fotografar aquele brinde à vida destacando os tons de sempre um novo amanhecer. As pessoas eram só complemento de silhuetas anônimas.
Ir ao litoral era o maior programa de férias que extrapolou a adolescência, a juventude e chegou à fase adulta. Além dos banhos de sol e mar, contemplar a natureza era mais que complementar.
Recentemente após um período sem ir à praia foi-se como forma de comemorar a aposentadoria.
Foi-se só!
Havia a necessidade de refletir sobre as inter-relações sociais e profissionais. Longe de a solidão ser dor é um modo para pensar e se autoavaliar. Tudo ao redor torna-se mais observável.
Nas caminhadas solitárias matutinas e durante a permanência na praia analisou que a atividade mais frequente entre os banhistas era o se fotografar: fazer “selfies” que caracteriza bem o pós-moderno. A sociedade tornou-se plenamente narcisista.
Para fazer os próprios retratos, individuais ou em grupos, o lugar objeto que mais se olha é aquele pau, aquela vara onde se coloca em sua ponta os celulares. O pau é posicionado cuidadosamente, avaliado sua distância, medido, observado para se fazer útil e atingir seu propósito.
Pode-se dizer que as pessoas na praia – ou qualquer outro lugar da natureza – não mais admiram as belezas naturais. Elas preferem olhar seus paus para fazer seus “selfies” e depois se autoadmirarem.
Nada contra. Também sou narcisista pós-moderno inserido na contemporaneidade. Adoro ser fotografado! Isto melhora a autoestima.
Ame-se! Fotografe-se à vontade; não é o corpo humano a maior invenção da Natureza?!
Pau de “selfie” na mão e olhar atento para a câmera de seus celulares. Está valendo!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 26/01/2016.
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