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Muitos criticam não apenas o Big Brother Brasil e a TV Globo, mas também a todos que assistem o programa ou à emissora. Hoje em dia, assistir ao BBB é sinônimo de burrice – ainda assim, é incrível que os críticos mais ferrenhos saibam de tudo o que acontece no programa, inclusive os nomes dos participantes.

Acredito que todo ano, durante três meses, as orelhas de Pedro Bial fiquem vermelhas e ardidas, devido ao grande número de críticas e ofensas que ele recebe. Mas só se estabelece quem tem competência para lidar com esse tipo de coisa, e eu não tenho dúvida alguma quanto à competência e a inteligência deste renomado jornalista e apresentador.

Eu não tenho o menor problema em dizer que assisto ao BBB, e declaro que não me tornei ignorante ou inteligente por causa disso. Também não me envergonho, pois o que eu assisto ou deixo de assistir na TV, ou o que eu faço em minhas horas vagas só diz respeito a mim.

Acredito que um simples programa de TV, cujo formato é interessante, mas precisa adaptar-se aos gostos do povo para dar audiência (e o povo gosta de bandalheira), não tem tanta influência assim sobre o intelecto de ninguém. Pelo contrário; quem se deixa influenciar pelo que assiste na TV, lê na internet ou escuta no rádio, sem parar para pensar e analisar um pouquinho, não tem intelecto para ser corrompido.

Mas há muitas falhas no programa, e em sua décima sexta edição, os organizadores tentaram reparar uma delas, colocando pessoas de idades variadas, não apenas jovens e bonitas, mas também idosas, comuns ou feias, algumas delas com doutorado e curso de terceiro grau. Mas o que será que acontece quando as pessoas cruzam os portais do BBB? Logo após a primeira semana e o primeiro paredão, elas tornam-se embotadas; não falam de mais nada, a não ser de eliminação, voto, estratégia de jogo e fofocas sobre os outros participantes.

Dizem que cabeça vazia é oficina do diabo, e este programa está aí para provar este velho ditado. Acho que seria bem mais interessante se a direção criasse temas ou tópicos a serem desenvolvidos e debatidos pelos participantes; explico melhor a minha ideia: a cada dia, um dos participantes ou uma dupla receberia como tarefa organizar um debate sobre determinado tópico – que poderia ser sugerido pela direção do programa ou pelos expectadores. Assim, todos saberiam melhor o que vai na cabeça de cada um, e a capacidade de liderança de cada participante ficaria mais óbvia. O mediador – ou mediadores do dia teriam que bolar perguntas sobre, por exemplo, a educação no país, relacionamento, a escolha de uma profissão, sexo, drogas ou rock and roll, quem sabe; à noite e ao vivo, ele/eles liderariam uma espécie de programa de entrevista, convidando os outros participantes a darem suas opiniões sobre os assuntos propostos. Acho que assim ficaria bem mais interessante, e os telespectadores poderiam ter uma participação mais ativa ao sugerirem os tópicos, e não apenas votando nas eliminações. 

O programa não é de todo ruim. É interessante observar o comportamento das pessoas quando sob pressão, e descobrir que ninguém é tão bom ou tão ruim quanto parece.


 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 03/02/2016
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