Sociedade Secreta
Luiz Carlos Pais
Luiz Carlos Pais
Os conflitos da primeira grande guerra do século XX começaram no dia 28 de julho de 1914 e duraram quatro anos e pouco. Havia um clima de apreensão e incerteza no Brasil, que somente entraria no combate no final de 1917. O presidente Wenceslau Brás, que por alguns anos foi promotor de justiça em Monte Santo e conhecida na palma da mão o Sul de Minas, assinou a declaração de guerra, como reação aos ataques sofridos por navios brasileiros. Foi nesse contexto da história nacional que os moradores da cidade de São Sebastião do Paraíso, importante polo cafeicultor do sudoeste mineiro, leram na imprensa nacional uma notícia deveras assustadora.
Os mais ansiosos ficaram, até mesmo, aterrorizados quando circulou a notícia de que a polícia havia descoberto na cidade uma perigosa organização criminosa secreta, denominada “Mão Negra”. O sentido dessa última expressão nada tinha a ver com a cor da pele dos seus possíveis membros e apenas indicava o modus operandi dos malfeitores que agiam na calada da noite, quando a escuridão envolvida a cidade. Em outras cidades do país, na mesma época, era comum referência a esse tipo de organização que, por vezes, também era chamada de “Mão Oculta”.
Havia sempre uma nebulosa em torno da questão porque denúncias caluniosas, falsos alarmes ou ameaças a pessoas, muitas vezes de cunho político, podiam ter atribuídos, até mesmo em tom de pilheria, a uma suposta Mão Oculta. Fato é que ao folhear os jornais da época, por via dos atuais registros digitais, é possível encontrar diferentes menções a esse tipo da organização ou episódios supostamente atribuídos aos seus membros. Embora pudesse predominar essa conotação destorcida do sentido original da expressão, em países europeus estavam agindo esses grupos organizados motivados pelos mais diferentes interesses.
Em vista do recuo do tempo, o único fato concreto que hoje podemos recuperar é a notícia que tanto assustou os paraisenses, a qual foi redigida nos seguintes termos: “Em Minas foi descoberta uma sociedade secreta com ramificações em São Paulo. Telegramas recebidos de Belo Horizonte comunicam que foi descoberta em São Sebastião do Paraíso, no sul do Estado, uma sociedade secreta, semelhante à “Mão Negra”, que tem o nome de “Sociedade Secreta da Mão Oculta ou Sociedade Mão Oculta Brasileira”, tendo sido apreendidos pelas autoridades os estatutos e presos os seus membros.” [O Pharol, Juiz de Fora, 15 de Dez. de 1915]
O referido jornal publicou ainda que a sociedade secreta mantinha ramificações em cidades do Estado de São Paulo, próximas à fronteira com o importante município cafeicultor do sudoeste mineiro e que a mesma operava em assaltos, roubos e não hesitava mesmo diante dos mais violentos atos para executar seus planos. Seria ilusório acreditar piamente na notícia publicada pelo referido jornal, que mantinha um jornalista correspondente na cidade, da mesma forma como seria leviano admitir que no paraíso terrestre não houvesse crime.
Os mais ansiosos ficaram, até mesmo, aterrorizados quando circulou a notícia de que a polícia havia descoberto na cidade uma perigosa organização criminosa secreta, denominada “Mão Negra”. O sentido dessa última expressão nada tinha a ver com a cor da pele dos seus possíveis membros e apenas indicava o modus operandi dos malfeitores que agiam na calada da noite, quando a escuridão envolvida a cidade. Em outras cidades do país, na mesma época, era comum referência a esse tipo de organização que, por vezes, também era chamada de “Mão Oculta”.
Havia sempre uma nebulosa em torno da questão porque denúncias caluniosas, falsos alarmes ou ameaças a pessoas, muitas vezes de cunho político, podiam ter atribuídos, até mesmo em tom de pilheria, a uma suposta Mão Oculta. Fato é que ao folhear os jornais da época, por via dos atuais registros digitais, é possível encontrar diferentes menções a esse tipo da organização ou episódios supostamente atribuídos aos seus membros. Embora pudesse predominar essa conotação destorcida do sentido original da expressão, em países europeus estavam agindo esses grupos organizados motivados pelos mais diferentes interesses.
Em vista do recuo do tempo, o único fato concreto que hoje podemos recuperar é a notícia que tanto assustou os paraisenses, a qual foi redigida nos seguintes termos: “Em Minas foi descoberta uma sociedade secreta com ramificações em São Paulo. Telegramas recebidos de Belo Horizonte comunicam que foi descoberta em São Sebastião do Paraíso, no sul do Estado, uma sociedade secreta, semelhante à “Mão Negra”, que tem o nome de “Sociedade Secreta da Mão Oculta ou Sociedade Mão Oculta Brasileira”, tendo sido apreendidos pelas autoridades os estatutos e presos os seus membros.” [O Pharol, Juiz de Fora, 15 de Dez. de 1915]
O referido jornal publicou ainda que a sociedade secreta mantinha ramificações em cidades do Estado de São Paulo, próximas à fronteira com o importante município cafeicultor do sudoeste mineiro e que a mesma operava em assaltos, roubos e não hesitava mesmo diante dos mais violentos atos para executar seus planos. Seria ilusório acreditar piamente na notícia publicada pelo referido jornal, que mantinha um jornalista correspondente na cidade, da mesma forma como seria leviano admitir que no paraíso terrestre não houvesse crime.