Ficha telefônica
Ao começar a serem emitidos no ano de 1992, os cartões telefônicos começaram a deixar para trás um antigo legado: o das fichas telefônicas, que surgiram no Brasil por volta dos anos sessenta.
Como pequenas moedas, eram fabricadas de ferro, zinco, cobre e alguns outros materiais. Ao inserir estas pequenas moedas na ranhura de um telefone público – os famosos orelhões – esperava-se que a ligação fosse completada, o que ocasionava a queda da moeda em um compartimento do aparelho. Quando não completada, a moeda caía em outro compartimento, ocasionando a sua devolução ao usuário.
O fato é que, foi um tempo em que as filas em volta dos orelhões eram enormes, as esperas longas e os suspiros de impaciência eram frequentemente ouvidos, e na maioria das vezes, debaixo de um sol escaldante. Ainda mais quando o ocupante era um namorado falando com a namorada ou vice-versa. Além disso, havia ainda uma possibilidade nada agradável e mais do que normal que se acontecesse: que o telefone engolisse a sua ficha. E quando isto acontecia, batia-se no pobre aparelho (uns tapinhas singelos) para que devolvesse (na maioria das vezes) as fichinhas surrupiadas de forma tão larápia. Mas acontecia também do famigerado aparelho jamais devolver as moedas, que eram arrancadas depois pelo pessoal da companhia telefônica.
Hoje, há por volta de 52 mil orelhões espalhados por todo o Brasil, mas em sua grande maioria, totalmente em desuso.
Dos mais antigos, quem nunca precisou de um orelhão? Que por vários minutos ou mesmo horas precisou esperar numa fila para usufruir de uma simples ligação?
Muitos viveram o tempo das fichas, outros vivenciaram o tempo dos cartões telefônicos, que inclusive virou febre de colecionadores, assim como as fichas em sua época. Os jovens de hoje praticamente não vivenciaram nenhuma delas, tal a expansão do avanço tecnológico dos últimos anos.
Mas, apesar do desuso das tais fichas telefônicas, uma expressão proveniente do seu legado ainda sobrevive até hoje, e talvez nunca morra.
Em sua funcionalidade, quando duas pessoas iam iniciar a conversa, quando a ligação era completada, que se iniciava o diálogo, num simples alô, a ficha caía.
Não sei. Mas no Brasil, em muitos sentidos, ainda se tem a sensação (e quisera fosse apenas ser uma sensação) de que muitas fichas ainda não caíram e as ligações não foram completadas.
Foram-se as fichas, os cartões e orelhões estão indo. Mas a ficha ainda teima em não cair.
Ao começar a serem emitidos no ano de 1992, os cartões telefônicos começaram a deixar para trás um antigo legado: o das fichas telefônicas, que surgiram no Brasil por volta dos anos sessenta.
Como pequenas moedas, eram fabricadas de ferro, zinco, cobre e alguns outros materiais. Ao inserir estas pequenas moedas na ranhura de um telefone público – os famosos orelhões – esperava-se que a ligação fosse completada, o que ocasionava a queda da moeda em um compartimento do aparelho. Quando não completada, a moeda caía em outro compartimento, ocasionando a sua devolução ao usuário.
O fato é que, foi um tempo em que as filas em volta dos orelhões eram enormes, as esperas longas e os suspiros de impaciência eram frequentemente ouvidos, e na maioria das vezes, debaixo de um sol escaldante. Ainda mais quando o ocupante era um namorado falando com a namorada ou vice-versa. Além disso, havia ainda uma possibilidade nada agradável e mais do que normal que se acontecesse: que o telefone engolisse a sua ficha. E quando isto acontecia, batia-se no pobre aparelho (uns tapinhas singelos) para que devolvesse (na maioria das vezes) as fichinhas surrupiadas de forma tão larápia. Mas acontecia também do famigerado aparelho jamais devolver as moedas, que eram arrancadas depois pelo pessoal da companhia telefônica.
Hoje, há por volta de 52 mil orelhões espalhados por todo o Brasil, mas em sua grande maioria, totalmente em desuso.
Dos mais antigos, quem nunca precisou de um orelhão? Que por vários minutos ou mesmo horas precisou esperar numa fila para usufruir de uma simples ligação?
Muitos viveram o tempo das fichas, outros vivenciaram o tempo dos cartões telefônicos, que inclusive virou febre de colecionadores, assim como as fichas em sua época. Os jovens de hoje praticamente não vivenciaram nenhuma delas, tal a expansão do avanço tecnológico dos últimos anos.
Mas, apesar do desuso das tais fichas telefônicas, uma expressão proveniente do seu legado ainda sobrevive até hoje, e talvez nunca morra.
Em sua funcionalidade, quando duas pessoas iam iniciar a conversa, quando a ligação era completada, que se iniciava o diálogo, num simples alô, a ficha caía.
Não sei. Mas no Brasil, em muitos sentidos, ainda se tem a sensação (e quisera fosse apenas ser uma sensação) de que muitas fichas ainda não caíram e as ligações não foram completadas.
Foram-se as fichas, os cartões e orelhões estão indo. Mas a ficha ainda teima em não cair.