Toró de lágrimas

O sujeito estava na fossa, sozinho, numa mesa de bar, chorando. Chorava um toró de lágrimas, falando alto consigo mesmo, se queixando, se lamentando, roendo, quase sem dizer coisa com coisa. Falava desua má sorte, seu desamor. Que sua amada só lhe deixara um retrato doido (ou doído). Que a fonte do amor secara. E exclamava emocionado: - Ai de mim. E continuava a derrmar o toró de lágrimas. Era tanta lágrima que transformou o pratinho detira-gosto em sopa de rodelas de linguiça calabresa com lágrimas. Reclamava que o desamor fora que nem praga de computador, tudo plantado. E que só gerara lembraças e dores lancinantes.

Continuava a roedeira:- Ai de mim..., o meu amor só gerou angústia e desprezo. Ela foi um desmancha prazer. E explodia bufando de raiva: - No fundo,no fuindo mesmo, ela não prestava.

Arengava com seus botões mas em voz alta, dizendo que esse amor fora um senbtimento emprestado e sem valor. Ficava brabo:dizia que comprava briga e não fazia favor nenhum. E arrematava com fúria de quem está roendo ecurtindo uma fossa por causa de um amor bandido: - No fundo, nofundo mesmo, ela nunca prestou. Ai de mim, só me restou este toró de lágrimas. A dior de corno é uma dor sentida, real, purae deve ser respeitada. Inté.

P.S. Muito´melhor é ouvir o samba de Antonio Carlos e Jocafi, ouvi ontem no auge do apagón em Recife, numa rádio brega. Fiquei satisfeito da dupla ser lembrada.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/01/2016
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