O BLOCO ESTÁ NA RUA
A mulher declara guerra ao preconceito, à prisão e à opressão neste Carnaval.
Levada acorrentada durante séculos, é na Avenida (Paulista) que ela se libertará, alegoria inspirada no ano de Fabíolas, taças de vinho, racismo declarado na internet e atos de violência perpetrados por homens das cavernas dos tempos atuais.
Misturam-se ao tema aspectos da vida nacional – políticos, econômicos, sociais e culturais da nação brasileira.
Os blocos estão nas ruas.
Foi declarada aberta a folia carnavalesca de São Paulo – e do País.
É trégua em homenagem à chegada do Rei Momo ou haverá canetas e pianadas tendo como fundo musical, marchinhas, frevo, samba, axé... e o refresco para muito beijo na boca e... vai usar camisinha... em alguma alcova ao livre.
Jogo lúdico e esquizofrênico para alguns.
Está liberado. É Carnaval...
O machão bolsonarístico de plantão abandona a função. Ele se vestirá de mulher, colocará peitos e bunda, passará batom vermelho e usará peruca amarela. “Olha a cebeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?”
Divertido. Esquizofrenicamente divertido, para contrapor-se à misoginia perpetrada durante o tempo comum do calendário.
Mulatas (o termo é impróprio, mas faz parte do vernáculo) ascenderão no reino momístico tomando posse de suas coroas de princesas e rainhas. Sua beleza e perfeição física terá o reconhecimento de olhares das
arquibancadas, das câmeras de TVs e digitais.
Cinismo, oportunismo e hipocrisia fazem parte das luzes que espocam dos flashes das lentes midiáticas.
Mas as moças das Comunidades aproveitam o seu momento. Há outras vidas por trás das fantasias e da nudez dos desfiles.
Estrangeiros daqui e de fora invadirão as cercanias e a corte de Momo. A festa tem câmbio próprio. Moeda de várias faces.
Os blocos estão nas ruas. Democraticamente suprapartidários.
Carnaval é como praia. Ou quase. Abadás, cordas, zona sul, norte... vermelho, azul.
”Ei, você, aí – me dá um dinheiro aí?!”
“Bandeira branca, amor, eu quero paz...”.
Atavicamente, fazendo coro com a visão crítica, humorística e carnavalesca, eis que surge a eterna Cinderela, proclamando de punhos cerrados, no bloco inaugural da folia aqui no pedaço, cantando a sua marchinha foliã:
“Eu vou casar, eu vou casar, eu vou casar
Tira o Cunha da minha frente
Que neste ano eu vou casar”
29//01/16
Veja o texto no Site do Escritor, ao som de Bandeira Branca com Dalva de Oliveira:
http://www.dircecarneiro.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5528064
ou acesse pelo link, depois do texto, abaixo.
A mulher declara guerra ao preconceito, à prisão e à opressão neste Carnaval.
Levada acorrentada durante séculos, é na Avenida (Paulista) que ela se libertará, alegoria inspirada no ano de Fabíolas, taças de vinho, racismo declarado na internet e atos de violência perpetrados por homens das cavernas dos tempos atuais.
Misturam-se ao tema aspectos da vida nacional – políticos, econômicos, sociais e culturais da nação brasileira.
Os blocos estão nas ruas.
Foi declarada aberta a folia carnavalesca de São Paulo – e do País.
É trégua em homenagem à chegada do Rei Momo ou haverá canetas e pianadas tendo como fundo musical, marchinhas, frevo, samba, axé... e o refresco para muito beijo na boca e... vai usar camisinha... em alguma alcova ao livre.
Jogo lúdico e esquizofrênico para alguns.
Está liberado. É Carnaval...
O machão bolsonarístico de plantão abandona a função. Ele se vestirá de mulher, colocará peitos e bunda, passará batom vermelho e usará peruca amarela. “Olha a cebeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?”
Divertido. Esquizofrenicamente divertido, para contrapor-se à misoginia perpetrada durante o tempo comum do calendário.
Mulatas (o termo é impróprio, mas faz parte do vernáculo) ascenderão no reino momístico tomando posse de suas coroas de princesas e rainhas. Sua beleza e perfeição física terá o reconhecimento de olhares das
arquibancadas, das câmeras de TVs e digitais.
Cinismo, oportunismo e hipocrisia fazem parte das luzes que espocam dos flashes das lentes midiáticas.
Mas as moças das Comunidades aproveitam o seu momento. Há outras vidas por trás das fantasias e da nudez dos desfiles.
Estrangeiros daqui e de fora invadirão as cercanias e a corte de Momo. A festa tem câmbio próprio. Moeda de várias faces.
Os blocos estão nas ruas. Democraticamente suprapartidários.
Carnaval é como praia. Ou quase. Abadás, cordas, zona sul, norte... vermelho, azul.
”Ei, você, aí – me dá um dinheiro aí?!”
“Bandeira branca, amor, eu quero paz...”.
Atavicamente, fazendo coro com a visão crítica, humorística e carnavalesca, eis que surge a eterna Cinderela, proclamando de punhos cerrados, no bloco inaugural da folia aqui no pedaço, cantando a sua marchinha foliã:
“Eu vou casar, eu vou casar, eu vou casar
Tira o Cunha da minha frente
Que neste ano eu vou casar”
29//01/16
Veja o texto no Site do Escritor, ao som de Bandeira Branca com Dalva de Oliveira:
http://www.dircecarneiro.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5528064
ou acesse pelo link, depois do texto, abaixo.