E eu pensei..que eu fosse EU

A vida copia o homem, o homem copia a vida, numa conclusão quase que chocante: o homem é cópia do homem, resultando numa produção em série, tal como o FORDISMO, na Revolução Industrial, multiplicando a produção, brotando carros em massa; o homem, como os pães, os peixes e os carros, também, se multiplicaram, com pequenas alterações de modelo, cor, credo, caráter, mas sempre carregando o DNA estabelecido pela matriz; sim, cada homem é a soma de especificações genéticas, daqueles que o antecederam:

-Que bonitinho...é a cara do pai, como se chama?

-Luiz Flávio de Pádua Neto, como o avô.

-Em que escola ele vai estudar?

-No Colégio Frei Oscar de Mastrângelo; a família toda estudou lá.

-Mais uma etapa concluída, e agora, que faculdade ele pretende?

-Com certeza Odontologia, os cinco irmãos do pai são dentistas.

-Que noiva linda ele escolheu...

-Ah!!! Os Páduas sempre tiveram bom gosto na escolha de suas mulheres.

-Nossa como ele é bravo.

-O avô sempre foi assim, não levava desaforo para casa.

-O senso de organização dele é fantástico.

-Pode acreditar, isso lhe foi passado pela mãe, meticulosa e criteriosa em tudo.

-Incrível, ele, tão novo, já apresentando problemas cardíacos?

-O avô materno e o irmão morreram jovens, com os mesmos sintomas.

-A lápide registra LUIZ FLÁVIO DE PÁDUA, a qual deles ela se refere?

-A Luiz Flávio de Pádua, independente do ano, lugar e situação em que nasceram, todos eles são Luiz Flávio de Pádua, só mudaram os contextos.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 30/01/2016
Reeditado em 31/01/2016
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