O PREÇO A SE PAGAR PELA INVERSÃO DE HÁBITOS
No passado, no tempo do candeeiro, do lampião e da lamparina, ao anoitecer as pessoas se juntavam em torno do fogão à lenha, ou ao redor de uma mesa, ou até mesmo nos portões das casas, para contar causos, colocar a conversa em dia, interagir, umas com as outras.
Por voltas das 21 horas, no máximo até as 22 horas, as pessoas se recolhiam aos seus aposentos, para uma reconfortante noite de sono e, como outrora veiculado em um antigo comercial de colchão, “um alegre despertar”.
Hoje, com a abundância da energia elétrica, com tanta tecnologia disponível e ao alcance de um simples clique, muita coisa mudou. O dia ficou mais longo e muitas pessoas estão trocando o dia pela noite. O agravante é que essa “troca” tem influência negativa no relógio biológico das pessoas. E essas alterações além de resultar em distúrbios neurológicos e outras consequências danosas à saúde, tem evidenciado desencontros e desarmonia social. Isso porque, quando as pessoas de hábitos “naturais” estão se despertando para um novo dia, as notívagas estão se recolhendo para dormir, em plena luz do dia.
Com o clarear do dia as pessoas iniciam os preparativos para uma nova jornada, inicia-se a rotina do lar, há a necessidade de se abrir as janelas, para entrada da claridade e renovação do ar, os afazeres domésticos não cessam, veículos começam a circular, trabalhadores chegam para realizar suas atividades, as empresas iniciam o seu turno etc. E é nesse “caos” que aqueles que trocam o dia pela noite buscam renovar suas energias e como não bastasse os efeitos adversos dessa conduta, isso ainda gera constantes conflitos entre as partes.
Como o nosso futuro é reflexo do nosso passado e do nosso presente, embora não seja possível precisar as reais consequências dessas atitudes, é de se esperar que o “preço a se pagar” certamente será altíssimo.