Juntos

Juntos, mas separados. E a cada palavra que surge, não sei como agir. Espero, sugiro algo. Juntos, mas separados. Vamos ver um filme, conversar, contar piadas, falar do céu, da chuva, de fé, das estrelas, do passado. Vamos falar. Gosto de falar. Não precisamos falar nada sério, ou com sentido. Só falar.

Fico ali, pensando, falando comigo. Vejo a escolha, linha verde, ou linha vermelha. Ouvir e falar, ou deixar que a insegurança me consuma. Já confiei. O que me custaria confiar outra vez? Linha verde. A voz rouca, ecoa como uma surpresa, agradável surpresa. E então falamos. Falamos de tudo, sobre tudo. A chuva cada vez mais forte se torna trilha sonora, de conversas meio sem sentido, porém divertidas. Livros, filosofia, filmes, passado. De tudo um pouco.

Em meus pés, se encolhe o filhote que pede por atenção, e por um momento, lhe dou a minha totalmente. Porém, em seu repouso, novamente, meu foco outra vez é a voz rouca, no telefone. Mais palavras sem sentido, ou com sentido, para nós.

Um boa noite, algumas pausas. Mas ninguém que ir. Vamos fazer algo juntos, mas separados. Te levo para ver o mar, te levo para conhecer meu mundo, minha mente, meus livros, meus papéis, meus textos inacabados, meus poemas nunca exibidos, minha vida secreta como escritora de frases clichê, sem graça, mas que fazem as pessoas pensarem. Te levo. Me Leve. Estou leve.

Olinda
Enviado por Olinda em 27/01/2016
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