Dona Lindalva era uma senhora de 93 anos. Vivia num casarão, daqueles antigos, com sótão e porão, no Alto da Boa Vista.
Ela estava tranquilamente vendo sua novela quando sentiu a presença de 3 rapazes dentro da casa.
- O que vocês querem aqui?
- Nós somos ladrões, minha senhora, e vamos roubar tudo de valor que a senhora tiver. Pode ir levantando dessa cadeira pra levar a gente até o sótão, porão, gavetas e armários onde esconde dólares, joias e objetos de valor.
- Iiiiih, meus filhos, vocês estão ferrados. Eu não tenho nada de valor, meus filhos já venderam tudo. Eu posso levar vocês pra verem, disse tranquilamente.
Vasculharam tudo e não encontraram, realmente, nada de muito valor. Levaram só um penico de louça, com flores pintadas, que, segundo um deles, poderia dar alguns trocados num antiquário.
- A senhora tá pobre mesmo, né, dona? – disse o mais simpático.
-Que nada, meu filho, tenho saúde, o melhor bem da vida. Ainda ando com as minhas próprias pernas, enxergo bem, faço até uns exercícios pra não enferrujar e não dar trabalho a ninguém e ainda tenho o Jurandyr, que embora velho, é meu namorado.
Nisso um deles lhe pede um copo d’água. Ela abre o armário, tira um copo, que lava antes de enchê-lo, e lhe oferece.
- Por que a senhora lavou o copo?
- Porque aqui tem muitos bichinhos da floresta, meu filho, que entram no armário e podem ter passado pelo copo.
O ladrão começou a chorar.
- O que foi, meu filho, você preferia um refrigerante? Tenho mate também e tá geladinho. - Não dona, é que a minha mãe nunca me ofereceu um copo d’água. Ela jamais lavaria um copo pra mim.
Depois de limpar as lágrimas o ladrão lhe disse que ia ter que amarrá-la porque o chefe dele não iria acreditar que não havia nada de valor e ia querer verificar. Mas que ela não se preocupasse, ele iria amarrá-la, mas também ia lhe ensinar como desatar os nós.
Eles se foram e, meia hora depois, vendo que o chefe não aparecia, ela desatou os nós e continuou vendo a novela, mas não conseguia se concentrar, só pensando naquele pobre rapaz que não teve um carinho da mãe. A mãe dele não deve ter dito, nunca, um “te amo” pra ele.
Eu gostaria de ter a tranquilidade dessa senhora para enfrentar ladrões que, por ventura, venham a entrar em minha casa. Já estou até pensando em comprar um penico de louça, bem bonito, com flores pintadas. Será que ainda existe? Talvez num antiquário.
Ela estava tranquilamente vendo sua novela quando sentiu a presença de 3 rapazes dentro da casa.
- O que vocês querem aqui?
- Nós somos ladrões, minha senhora, e vamos roubar tudo de valor que a senhora tiver. Pode ir levantando dessa cadeira pra levar a gente até o sótão, porão, gavetas e armários onde esconde dólares, joias e objetos de valor.
- Iiiiih, meus filhos, vocês estão ferrados. Eu não tenho nada de valor, meus filhos já venderam tudo. Eu posso levar vocês pra verem, disse tranquilamente.
Vasculharam tudo e não encontraram, realmente, nada de muito valor. Levaram só um penico de louça, com flores pintadas, que, segundo um deles, poderia dar alguns trocados num antiquário.
- A senhora tá pobre mesmo, né, dona? – disse o mais simpático.
-Que nada, meu filho, tenho saúde, o melhor bem da vida. Ainda ando com as minhas próprias pernas, enxergo bem, faço até uns exercícios pra não enferrujar e não dar trabalho a ninguém e ainda tenho o Jurandyr, que embora velho, é meu namorado.
Nisso um deles lhe pede um copo d’água. Ela abre o armário, tira um copo, que lava antes de enchê-lo, e lhe oferece.
- Por que a senhora lavou o copo?
- Porque aqui tem muitos bichinhos da floresta, meu filho, que entram no armário e podem ter passado pelo copo.
O ladrão começou a chorar.
- O que foi, meu filho, você preferia um refrigerante? Tenho mate também e tá geladinho. - Não dona, é que a minha mãe nunca me ofereceu um copo d’água. Ela jamais lavaria um copo pra mim.
Depois de limpar as lágrimas o ladrão lhe disse que ia ter que amarrá-la porque o chefe dele não iria acreditar que não havia nada de valor e ia querer verificar. Mas que ela não se preocupasse, ele iria amarrá-la, mas também ia lhe ensinar como desatar os nós.
Eles se foram e, meia hora depois, vendo que o chefe não aparecia, ela desatou os nós e continuou vendo a novela, mas não conseguia se concentrar, só pensando naquele pobre rapaz que não teve um carinho da mãe. A mãe dele não deve ter dito, nunca, um “te amo” pra ele.
Eu gostaria de ter a tranquilidade dessa senhora para enfrentar ladrões que, por ventura, venham a entrar em minha casa. Já estou até pensando em comprar um penico de louça, bem bonito, com flores pintadas. Será que ainda existe? Talvez num antiquário.