317 ANOS DA FUNDAÇÃO DE CURITIBA E ALGUMAS LEMBRAÇAS NO FINAL DA DÉCADA DE 40.
No dia 29 de março, Curitiba comemorou 317 * anos de sua fundação, houve até a distribuição de um bolo, com o peso dos anos comemorados; as pessoas pacientemente aguardavam sua vez para receberem um pedaço, diferente da cidade de São Paulo, em que as pessoas afoitamente pegam uma quantidade do bolo, e em poucos segundos ele desaparece; pois não há distribuição, todos avançam, pegando o maior pedaço possível...
Na mesma data em que a nossa cidade comemorava mais um ano; há a renúncia do Prefeito e do Governador, para poderem concorrer a novos cargos políticos, certamente os partidos a quem pertencem, exigem dos mesmos as disputas eleitorais das próximas eleições; na realidade os políticos são reféns de seus próprios partidos, que influenciam em suas participações em novos desafios em suas carreiras...
Retornando as nossas Reflexões sobre o aniversário de Curitiba; segundo palavras do ex Prefeito Rafael Greca; o pequeno povoado teve sua fundação nesta data, com quarenta famílias, com a participação dos habitantes locais; as tribos indígenas que pacificamente aceitavam compartilhar as vivencias com os novos moradores, -Tingui, da Nação Tupi Guarani. - sugerindo até mesmo o local para sua fundação, - Praça Tiradentes. - da Vila Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, mais tarde denominada -1820 Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba, - Curii Tiba: terra dos grandes pinheiros. - O centro da cidade é um declive, cortado por vários rios, com destaque ao rio Ivo e Belém.
Com certeza, nos seus primórdios eram rios habitados por variedades de peixes, sem qualquer tipo de poluição, sendo que as águas poderiam ser consumidas sem qualquer tipo de preocupação, pois a poluição dos rios, - até mesmo a extinção de vida nos rios. - viriam séculos depois...
Hoje, com tristeza vemos que os rios foram “acimentados”, perdendo por completo o seu aspecto original, as vegetações em suas margens, louvando a vida e retribuindo em espécie is, para sustento das famílias e os habitantes indígenas, que muito antes destes, já mantinham suas vidas e suas tradições.
Difícil imaginar as paisagens de nossa Curitiba, na longínqua data de fundação no dia 29 de março de 1693; tudo mudou, os campos e as florestas deram lugar à expansão de bairros, que aos pouco foram se interligando as regiões metropolitanas...
A grande maioria dos habitantes de nossa cidade, não é natural daqui; vieram de outros estados e aqui começaram suas novas vidas, para realizações de seus sonhos; a formação profissional, e aqui acabaram se fixando, formando suas famílias e adotando a cidade em definitivo para construírem suas vidas...
O mesmo ocorreu conosco no final da década de 40, aqui aportamos e a adotamos e nos tornamos cidadãs curitibanos de coração e nos infiltramos em suas próprias raízes, como se realmente fossem nossas...
O local que viemos morar nesta época foi na região do Bacacheri, era a pacata Curitiba dos bairros em formação, de uma pequena população de aproximadamente l50 mil habitantes; o Boa Vista, era um descampado com pouquíssimas casas, a rua principal, atual Avenida Paraná, somente tinha uma pista com cobertura de saibro, ligando Santa Cândida e Colombo; pequenos lotações faziam o percurso.
Neste futuro bairro, havia uma pista de corrida oval de terra batida; que se praticavam algumas competições de carros e motos, assistidas por muitas pessoas que se aglomeravam nos lados da pista; normalmente aos domingos, era grande o número de pessoas que lá iam para assistir...
No final de 1949, fomos reprovados no início de nosso aprendizado nas primeiras letras.
No ano seguinte começava com muitas esperanças, novo Presidente, desta feita escolhido pelo voto popular, - Dr. Getúlio Dorneles Vargas. - que o final todos sabemos a sucessão dos acontecimentos, com umas das muitas crises do nosso sistema Republicano...
Mas, certamente o que atraia o “pia curitibano” eram as matinês do Cine Curitiba, - na Rua Voluntários da Pátria, fazia frente a um dos lados do Instituto de Educação, tradicional Escola de Magistério da cidade. - após o os filmes, eram aguardados com ansiedade os seriados do Flash Gordon, - Buster Clabe. - seriado dos anos 36,38 40. - e Jim das Selvas, ex Tarsan - Johnny Weissmuller. - seriado dos anos 49 a 55. - que cada capítulo terminava num clima de suspense e era aguardada a continuação para a próxima semana, com grande expectativa...
Quem poderia imaginar que após alguns anos teríamos o “cinema em casa”, com os DVDS; alguns preciosos filmes estão à disposição, muitos retratando as tecnologias da época mais que tinham o seu valor.
Bem próximo do local que morávamos, havia um armazém, - do Sr. R... e sua esposa, que há décadas servia a coletividade próxima e de várias regiões, vendia de tudo, fazia o trabalhos dos supermercados de hoje, com a diferença que o freguês aguardava a mercadoria a ser separada; o cartão de crédito não existia, o mais comum era o cliente ter uma caderneta e fazer o acerto no inicia de cada mês, tudo que comprasse no período era anotado ali, e na do comerciante, normalmente a soma dos valores eram idênticas; havia o pagamento e tudo começava de novo...
O tempo passa célere para todos, após longos anos de trabalhos, e a própria mudanças desta atividade, o casal se aposentou; durante certo tempo o imóvel ficou fechado, restando somente às lembranças dos que ali passavam e lembravam que o local foi de intensa atividade...
O local ficava numa rua; esquina com a Avenida Prefeito Erasto Gaertner, que logo depois foi totalmente asfaltada, - 1953 - na mesma rua, na esquina da frente durante muitos anos funcionou uma farmácia, do Sr. D...mais tarde veio a adquirir este imóvel,
tempos depois houve sua demolição, e no local foi construído um prédio de dois andares, embaixo era a farmácia e lojas e cima para fins residenciais.
Passado certo período, o Senhor D... Vendeu o imóvel. Isto porem, não o impediu de continuar em suas atividades, tendo a humildade de passar de empregador a empregado, embora já aposentado, continua trabalhando num local bem próxima na Avenida Paraná; é pessoa bem quista pela coletividade, exerce com dignidade sua profissão, dando a quem o procura uma orientação e uma palavra amiga, pois além dos medicamentos prescritos pelos médicos, muitos carecem de esclarecimento referente à situação de saúde que estão atravessando, para que a mesma novamente seja restabelecida, ou pelo menos contornada...
Soube dignamente vencer os percalços que todos estão sujeitos aos desafios do comércio, em que se perde e se ganha; mas nada impede o recomeço, mesmo que seja em condições diferentes, pois o mais importante é continuarmos sendo úteis com os trabalhos que nos foram delegados, pois Deus sabe o que é melhor para nos...
Rememorar o passado deve ser feito sem saudosismo, a dinâmica da vida está em permanentes mutações, o hoje pode ser melhor que ontem, se soubermos aproveitar as experiências vividas e através de comparações poderemos não tomar atitudes no presente que no passado foram mal sucedidas; a história das cidades com as “modernidades” de hoje, são um permanente desafios em busca de uma melhor qualidade de vida de seus habitantes; como alcançar isto sem detrimento do meio ambiente?
Há situações que são irreversíveis; os nossos rios, pelas modificações que foram arbitrariamente impostas, jamais poderão retornar a sua pureza original.
Nas cidades médias e de grande porte haverá decisões que estarão permanentemente desafiando os seus dirigentes; incentivar e melhorar o transporte coletivo, pois o transporte individual chegará ao ponto de saturação, pois não haverá meios de aumentar as ruas, e, o crescimento do número de veículos, ocasionará cada vez mais caos no sistema de locomoção. Como resolver o problema dos empregos aos que se dedicam à área de produção e vendas? Poderia se optar por uma diversidade de produção de outros seguimentos?(Trens, Bondes, Ambulâncias, Ônibus, e Viaturas Policiais etc.) É bem complexo se achar uma solução.
A violência urbana; a dependência de várias modalidades de vícios, que afetam diariamente a sociedade que exigem atitudes governamentais e a própria participação dos cidadãos.
As cidades nunca “estão prontas”; requerem trabalhos permanentes. Para superarem os desafios que fazem parte da “modernidade”.
Finalmente se entenderá que o “ter” jamais superará o “ser”; a primeira escolha é razão pelos permanentes conflitos que afetam a sociedade contemporânea; para alguns não importa os meios desde que os objetivos sejam alcançados; mesmo que venha em detrimento de nosso próximo...
E, está aí a razão da “crise”, que a todos indiretamente está afetando.
Curitiba, 02 de abril de 2010- Reflexões do Cotidiano- Saul
*Hoje é 25 de janeiro de 2016
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