Eu não devia, bem sei, mas não resisti. Foi delicioso. Passei a tarde toda com ele. Refestelei-me. Sei que vou sentir remorsos depois. É sempre assim, mas é mais forte do que eu. Sempre juro a mim mesma que vou esquecê-lo, mas uma força estranha me obriga a ter esse contato com ele. Sei que me faz mal e, mesmo assim, passo horas com ele. Por que sou tão fraca? Por que é tão difícil passar por ele sem resistir-lhe o sabor, o cheiro e aquela visão maravilhosa? Um dia eu hei de olhar pra você e simplesmente dizer: não quero mais você, não preciso mais de você. De hoje em diante o ignorarei para sempre. Só não sei quando será esse dia, maldito glúten. Por que você tem que estar em toda parte: pão, torrada, bolacha, biscoito, massas, bolos, cerveja, pizza, salgadinhos, cachorro quente, hambúrguer; queijos, ketchup, maionese, shoyo, barrinha de cereais, xaropes, alguns remédios e até na hóstia distribuída na igreja católica. É demais! O jeito é continuar pecando, mas não receber a hóstia porque ela também tem glúten.