DENTRO DO QUADRO DE ASSOMBRAÇÃO

As portas do casarão são novamente abertas.

Dessa vez não é noite de sexta-feira.

Pelo contrário, é uma noite domingueira.

Homens e mulheres começam sua procissão.

Todos juntos querem ver o "Quadro de assombração".

Quem já viu as coisas dentro dele ficou estarrecido(a).

Dentro do casarão que agora está todo reformado

homens e mulheres entram num amplo salão.

Cada um paga por uma boa refeição.

As altas autoridades do governo degustam tudo sem educação.

Bebem descontroladamente as bebidas que vêem pela frente.

Até as mulheres perdem toda a compostura.

Elas dão chiliques quando alguma pega um doce.

_ Esse é meu...

Fala alguma dando um tapa na outra.

Quando a comida e bebida esgota toda

a voz do anfitrião soa dentro do salão:

_ Boa noite senhoras e senhores.

_ Vou conduzi-los ao quarto de número treze...

Ninguém emite um som.

Levantam-se e seguem o anfitrião.

_ Usem esse óculos de terceira dimensão...

Homens e mulheres não questionam o motivo.

As mulheres colocam os óculos espantadas.

_ Eis o "Quadro de Assombração"...

Apontou para ele o anfitrião.

Inesperadamente um homem usando uma capa aparece.

Tem diante de si um caixão de vidro.

Dentro dele jaz um corpo bem vestido.

É uma mulher de bela aparência.

Foi vestida de noiva e negras grinaldas.

O homem levanta a tampa do caixão de vidro.

Sopra um vento forte levantando folhas do chão.

O homem se inclina para beijar os lábios rosados

da mulher morta deitada dentro do caixão de vidro.

Num passe de mágica a mulher abre os olhos azulados.

Parece que o beijo do homem devolveu-lhe a vida.

_ Minha amada Celine!

Exclama o barão com voz cheia de emoção.

Sob o reflexo da luz do luar no meio do céu

a mulher se levanta e abraça o pescoço do barão.

Ele de imediato a retira de dentro do caixão de vidro.

Leva a mulher que estivera morta para dentro de outra cripta.

Um quarto havia sido construído e havia uma cama de casal.

Deitaram na cama os dois apaixonados.

De imediato ficaram nus e fizeram amor.

Sentiam sede do corpo um do outro.

A cena de sexo durou até o dia quase clarear.

_ Até logo meu barão amado...

_ Durma em paz minha Celine.

A mulher fechou os olhos.

O barão a viu voltar ao estado de cadáver frio.

Ele então veste a mulher com novas roupas de núpcias.

Depois de colocar a mulher dentro do caixão de vidro

O barão fecha suavemente a tampa.

_ Na próxima lua cheia amada Celine

Voltarei aqui para a gente fazer amor...

De imediato o "Quadro de Assombração" fica invisível.

ESCREVI A CRÔNICA ONTEM AS 19:50 HORAS E TERMINEI AS 20:31 HORAS. )

( J C L I S )