Encantos da sétima arte em 1929
Luiz Carlos Pais
Luiz Carlos Pais
Esta crônica propõe um retorno nostálgico à década de 1920 para contemplar alguns eventos pontuais dos cinemas que existiram em cidades do interior do país e assim conhecer um pouco mais sobre o glamour provocado pela sétima arte em localidades que se despertavam para o acesso à cultura e ao lazer. O cenário de fundo é a cidade de São Sebastião do Paraíso, polo cafeeiro do sudoeste mineiro, no contexto do final da década de 1920, quando estava terminando o período marcado pela política dos coroneis.
O mundo ocidental estava começando a sentir as terríveis consequências da crise econômica de 1929. A falência das bolsas de valores europeias e americanas abalaria o capitalismo moderno e os efeitos da grande depressão já havia chegado ao sudoeste mineiro. A exportação de café ficou praticamente paralisada e trouxe dias difíceis para a economia da cidade e região. Apesar das dificuldades, os paraisenses persistiram na dura rotina de trabalho e amenizavam a incerteza do momento, procurando alegrar o espírito com o entretenimento na grande tela do Cine Paraíso.
A sétima arte podia então ser contemplada num elegante prédio localizado na praça central da cidade. O sobrado ainda existente na atual praça comendador José Honório, posteriormente, abrigou órgãos públicos, bancos e lojas comerciais. Grandes cartazes eram então expostos na calçada, anunciando as próximas sessões, nas quais os frequentadores se apresentaram com as roupas mais elegantes da época. As sessões promovidas pelos cinemas de São Sebastião do Paraíso foram objeto de uma reportagem publicada numa revista de variedades, O Malho, do Rio de Janeiro. Lançada em 1902, essa revista existiu por quase meio século e ficou na história da imprensa brasileira. Atrás das amenidades, cenas humorísticas e notícias culturais estavam claras posições críticas assumidas contra os desmandos da velha política.
Foi nessa revista que recuperamos cenas marcantes da sociedade paraisense, como é o caso dos cinemas então existentes da cidade. Em edição de 22 de julho de 1929, a revista publicou que mais dois importantes cinemas do interior do país, mencionando o Cine Paraíso e o Cine Recreio, de São Sebastião do Paraíso, estavam promovendo em suas sessões a revisa Cinearte, uma publicação especializada em cinema. O tom publicitário aparecia com muita clareza, ao dizer que se tratava da “melhor revista cinematográfica então existente no país.” A reportagem deixa transparecer que o Cine Paraíso era motivo de orgulho aos moradores da cidade, sobretudo, pelos excelentes filmes que estava sendo projetados naquele momento, procurando acompanhar o mesmo glamour das telas existentes nas grandes cidades do país.
Foi anunciado que o Cine Paraíso estava instalado num belo e moderno edifício situado na praça central da cidade de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais. Os moradores da cidade estariam bem servidos do ponto de vista cultural do cinema pela projeção dos filmes recém lançados no Rio de Janeiro. Além do mais, o cinema havia promovido sessões especiais com a distribuição da revista Cinearte, aos seus frequentadores, novidade que não havia ainda ocorrido na cidade. Ficou registrada na história a ocorrência do frenesi dos amantes da arte cinematográfica, que receberam a revista com anúncios dos filmes da época, fotos dos artistas e análise dos filmes mais comentados naqueles anos. Nos dizeres do redator da notícia, teria ocorrido na importante cidade mineira um evento cultural sem precedentes.
Para finalizar, o acesso à essa tecnologia de entretenimento que começou a se expandir nos meados do século XX ainda é capaz de encantar há muitos, porém, com sensível diminuição em cidades do interior do país, enquanto expande outros meios tecnológicos de acesso ao cinema por recursos digitais que mesmo e não tendo o mesmo encanto da grande tela, fornece amplo acesso às camadas sociais mais populares.
O mundo ocidental estava começando a sentir as terríveis consequências da crise econômica de 1929. A falência das bolsas de valores europeias e americanas abalaria o capitalismo moderno e os efeitos da grande depressão já havia chegado ao sudoeste mineiro. A exportação de café ficou praticamente paralisada e trouxe dias difíceis para a economia da cidade e região. Apesar das dificuldades, os paraisenses persistiram na dura rotina de trabalho e amenizavam a incerteza do momento, procurando alegrar o espírito com o entretenimento na grande tela do Cine Paraíso.
A sétima arte podia então ser contemplada num elegante prédio localizado na praça central da cidade. O sobrado ainda existente na atual praça comendador José Honório, posteriormente, abrigou órgãos públicos, bancos e lojas comerciais. Grandes cartazes eram então expostos na calçada, anunciando as próximas sessões, nas quais os frequentadores se apresentaram com as roupas mais elegantes da época. As sessões promovidas pelos cinemas de São Sebastião do Paraíso foram objeto de uma reportagem publicada numa revista de variedades, O Malho, do Rio de Janeiro. Lançada em 1902, essa revista existiu por quase meio século e ficou na história da imprensa brasileira. Atrás das amenidades, cenas humorísticas e notícias culturais estavam claras posições críticas assumidas contra os desmandos da velha política.
Foi nessa revista que recuperamos cenas marcantes da sociedade paraisense, como é o caso dos cinemas então existentes da cidade. Em edição de 22 de julho de 1929, a revista publicou que mais dois importantes cinemas do interior do país, mencionando o Cine Paraíso e o Cine Recreio, de São Sebastião do Paraíso, estavam promovendo em suas sessões a revisa Cinearte, uma publicação especializada em cinema. O tom publicitário aparecia com muita clareza, ao dizer que se tratava da “melhor revista cinematográfica então existente no país.” A reportagem deixa transparecer que o Cine Paraíso era motivo de orgulho aos moradores da cidade, sobretudo, pelos excelentes filmes que estava sendo projetados naquele momento, procurando acompanhar o mesmo glamour das telas existentes nas grandes cidades do país.
Foi anunciado que o Cine Paraíso estava instalado num belo e moderno edifício situado na praça central da cidade de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais. Os moradores da cidade estariam bem servidos do ponto de vista cultural do cinema pela projeção dos filmes recém lançados no Rio de Janeiro. Além do mais, o cinema havia promovido sessões especiais com a distribuição da revista Cinearte, aos seus frequentadores, novidade que não havia ainda ocorrido na cidade. Ficou registrada na história a ocorrência do frenesi dos amantes da arte cinematográfica, que receberam a revista com anúncios dos filmes da época, fotos dos artistas e análise dos filmes mais comentados naqueles anos. Nos dizeres do redator da notícia, teria ocorrido na importante cidade mineira um evento cultural sem precedentes.
Para finalizar, o acesso à essa tecnologia de entretenimento que começou a se expandir nos meados do século XX ainda é capaz de encantar há muitos, porém, com sensível diminuição em cidades do interior do país, enquanto expande outros meios tecnológicos de acesso ao cinema por recursos digitais que mesmo e não tendo o mesmo encanto da grande tela, fornece amplo acesso às camadas sociais mais populares.