O FAZENDEIRO E O CAIPIRA
Um fazendeirão ricaço do Sul foi passar alguns dias em férias no Nordeste, acompanhado da mulher, filhos e netos, buscando as belas praias do litoral cearense.
Enquanto a esposa e seus familiares curtiam as delicias da praia, os passeios de jangada, as peixadas e outras comidas típicas locais, ele saiu de carro com seu primogênito para o interior, em direção ao agreste.
Após rodar um bocado, ele parou junto à porteira de uma fazendola. Algumas vacas magras revolviam o capim seco, o que restou de um, outrora, pasto verdejante. Buzinou e lá vem um caboclinho trotando num jegue, aproximou-se da porteira e saudou respeitosamente o forasteiro:-
“- Bons dias, seu doutor! O que vosmicê deseja?” – indagou o rapazinho.
“- Bom dia, meu rapaz. Diga-me uma coisa, terra boa pra cultivo, não? Vocês já plantaram alguma coisa aqui?” – perguntou o fazendeiro.
“- Não, meu senhor!” – devolveu o caboclinho.
“- Feijão? Arroz?” – indagou o fazendeiro.
“- Não, meu senhor!” – falou o jovem.
“- Algodão? Café?” – insistiu o velho fazendeiro.
“- Não, nada disso, meu senhor? Tem que plantar?...” – retrucou o caipira.
“- Mas é claro! Plantando dá, não é mesmo, meu rapaz?” – finalizou o fazendeiro sulista.
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B.Hte., 24/01/16