Brincando de poetar
Cai a chuva. Tudo parece em festa.
Os pássaros que antes de bicos abertos
Arfantes, sem brilho, magricelas...
Hoje estão diferentes.
Bebem água nas folhas gotejantes,
Cantam exalando o ar renovado.
O calor saiu em disparada quando viu
O vento harmonioso chegando.
É a vida suspirando.
Recomeço.
Ah, como clamei por essas terras, pelos animais!
Clamei pelos homens que jaziam,
Sem força a espera de um milagre.
Olhava todos os dias para os céus
Almejando uma nuvenzinha trigueira,
Que seguidas por companheiras,
Fossem atraídas por um vento jeitoso.
Para então contemplar o que me faz:
Brincar com as letras,
Inventar rima,
Achando-me poeta...
Estendo meu olhar pela janela,
Recebo gotas salvadoras
Que vieram acudir
A terra faminta.
Ione Sak 22/01/16