CONTROLADORES DE VÔO
CONTROLADORES DE VÔO
Muito se têm criticado as atitudes desses profissionais cuja responsabilidade com a vida humana é primordial e a segurança do espaço aéreo brasileiro. No País onde vivemos quem trabalha menos ganha mais e quem trabalha mais ganha menos, dependendo do tipo de trabalho e a responsabilidade de cada um. Controladores de vôo profissão perigo. O tráfego aéreo no Brasil está à beira de um colapso. A tecnologia atual é cheia de falhas, e as normas internacionais de segurança são desrespeitadas diariamente. As condições de trabalho destroem a saúde dos controladores de vôo, aumentando ainda mais os riscos de acidentes. “Este quadro assustador é pintado pela pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Rita de Cássia Seixas Sampaio Araújo, de 44 anos, e confirmado por controladores de vôo ouvidos pelo JT. Segundo ela, os aeroportos de brasileiros passam diariamente por situações de extremo risco, que são escondidas da opinião pública. "Se nada for feito, o sistema atual deve entrar em colapso em, no máximo, três anos", aponta. Nas atuais condições, segundo a pesquisadora, já seria de se esperar a ocorrência de um grande acidente aéreo por semana”.
Essas nuanças da nobre pesquisadora são reais e as autoridades deveriam fazer o seu papel e não empurrar com a barriga os problemas. Homens trabalhando mais de oito horas por dia, estressados, nervosos, deprimidos e com um salário miserável de R$ 2.000 por mês. E ainda vem a autoridade maior do País com churumelas afirmando que a hierarquia e a disciplina foram quebradas. Senhor Presidente quando a barriga começa a reclamar o ser humano se transtorna e suas atitudes também. O homem com problemas no emprego e na família tem que ser assistido de uma maneira diferenciada. O que eles fizeram foi apenas voltar a obedecer ao que está previsto em regulamento, mas como o - Governo Federal gosta de protelar, sacrifica mais os controladores dando-lhes novas atribuições a cumprir. Para sobreviverem eles fazem bicos - como a maioria dos policiais militares do País. Isso é um ato vergonhoso desprovido de caráter, enquanto isso, no Senado e na Câmara Federal alguns políticos surrupiam o dinheiro dos brasileiros, através da corrupção e dão uma de santinho como inocentes fossem. A Polícia Federal têm feito um belo trabalho, mas denotamos que as punições serão meras tapinhas nas costas.
Nos Estados Unidos da América do Norte (EUA) os controladores de vôo trabalham 4horas diárias e recebem por esse trabalho, o equivalente a R$ 12.000 reais. Funcionários públicos aqui no Brasil são eternos sofredores, seus reajustes não passam de 3,55%, enquanto os empresários afirmam que estão em dificuldades e sem dó e piedade aumentam seus produtos na faixa dos 10%, no mínimo. É uma ignomínia sem tamanho. O Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito perdeu uma grande oportunidade de ficar calado e não criticar seus vassalos, visto que está no mesmo rol e tem que defender seu patrão, o presidente Lula. Os Coronéis José Alves Candez Neto (Comandante do CINDACTA III, que tem sede em Recife) e Eduardo Antonio Carcavallo Filho (Comandante do CINDACTA IV, que fica em Manaus) prestaram esclarecimentos nesta terça-feira (dia 3) na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o setor aéreo. O CINDACTA é o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo. O presidente autorizou o Comando da Aeronáutica a "endurecer" com os controladores de vôo de tráfego aéreo e disse, internamente, que "quer dar um basta" no caos aéreo, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Oficialmente, o Planalto divulgou que Lula disse ao comandante da FAB que "a Aeronáutica deve tomar todas as medidas que considerar adequadas para estabelecer o fluxo e a normalidade do tráfego aéreo". Na FAB, as medidas consideradas "adequadas" são as prisões administrativas imediatas. Se arrochar mais é melhor sacrifica-los. Vejam as aberrações: ”Enquanto, as autoridades do escalão superior recebem 30% de reajuste salarial”, os barnabés estaduais recebem 3,55%, e ainda nos querem ver sorrindo de alegria. São os verdadeiros vampirizadores brasileiros.
E, para completar a via-crúcis temos que - pagar impostos absurdos ao município, ao estado e ao governo federal. Vejam que depoimento triste e que nos transtorna e com a pulga atrás da orelha: “A pesquisadora Rita de Cássia Seixas Sampaio Araújo teve um motivo muito forte para se interessar por segurança aérea. Seu marido, Flávio de Araújo Filho, então com 40 anos, era um dos passageiros mortos com a queda do Fokker 100 da TAM, em 31 de outubro de 1996. Mas sua pesquisa, faz questão de ressaltar, vai além das motivações pessoais: "Pesquiso saúde de trabalho há dez anos.” Uma das diretoras da associação de vítimas do acidente, Rita ficou indignada com o relatório oficial sobre o acidente, que atribuiu a queda do avião a erros do piloto. "O sistema sempre prefere culpar uma pessoa, em vez de reconhecer suas falhas", afirma. O controle da Aeronáutica, com sua estrutura militarizada, sobre a aviação, é o grande problema apontado pela pesquisadora. "A Aeronáutica é uma caixa-preta", afirma. "A sociedade não sabe os riscos que ocorrem no tráfego aéreo, e os próprios funcionários, por causa da burocracia, têm dificuldade de solucionar os problemas." O controlador de vôo Sueyoshi Sasaki, de 41 anos, também reclama da burocracia. Ele descreve o trajeto de uma reclamação: “A queixa de um controlador tem de ser levada ao chefe da equipe, que passa ao adjunto do órgão, que apresenta ao chefe do órgão, que repassa ao chefe do destacamento, para só aí chegar ao comando”. Isso, se não se perder no caminho." Procurado pela reportagem, o superintendente do Serviço Regional de Proteção ao Vôo, coronel Ricardo Nogueira, não se manifestou. A vida Sasaki é um exemplo dos problemas enfrentados pelos controladores de vôo. Ele começou a trabalhar em 1986, monitorando os vôos em Congonhas. Após nove anos de estresse, ficou hipertenso e teve a uma trombose cerebral. Afastado dos radares, passou a gerenciar os horários de vôos.
"Tive de custear meu próprio tratamento", conta. Embora a Aeronáutica exija dos controladores uma bateria de exames médicos anuais, ela não se responsabiliza por nenhuma das doenças detectadas em controladores civis. Os militares, que contam com o atendimento médico da Aeronáutica, também são vítimas dos mesmos problemas. "Além de problemas de estômago, o trabalho me trouxe desequilíbrio emocional e dificuldades de relacionamento", confessa o suboficial Mário Celso Rodrigues.O salário médio de um controlador é de R$ 1.400, contra os US$ 7 mil dos controladores americanos. "Ser controlador de vôo no Brasil é coisa de super-herói", resume Sasaki. Será que a Presidência da República e sua assessoria estão alheias a toda essa crueldade? Se estiverem, estamos voltando aos velhos tempos das cruzadas e inquisições.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE