ALARME FALSO

Dirigia-me hoje ao restaurante do “Batatas”, para meu almoço costumeiro, já pensando no seu atraente e variado cardápio, quando a um quarteirão do mesmo, deparo com um carro policial do “GATE” bloqueando transversalmente a rua, policiais armados barrando as pessoas e, no pátio do “Supermercados EPA”, ao lado, outro grupo de policiais trajando uniformes negros, especiais, máscaras, escudos protetores e rastreando com aparelhos detectores uma mochila largada junto aos carrinhos de compra estacionados logo na entrada.

Um bando de gente curiosa, prudentemente afastada pelos policiais, fotografava e filmava a operação, algumas mulheres em gritinhos histéricos, crianças chorando e jovens adolescentes fazendo piadas e zombando do momento.

Tentei seguir adiante, mas fui barrado por um policial. Disse-me ele que o quarteirão estava interditado face à ameaça de uma suposta bomba na tal mochila abandonada. Retrocedi, dei uma grande volta, peguei a Avenida Cristiano Machado e rumei para a Feira dos Produtores, onde fui saciar minha fome. Notei o nervosismo das pessoas, helicópteros da polícia no ar, um deles, da “TV Globo”/Belô/MG, pairando e filmando o furdunço lá em baixo e pensei comigo:-

“- Bem, se é bomba ou não, o fato é que não explodiu até agora não explode mais.” – e calmamente procurei um dos muitos pequenos restaurantes da Feira e fui pegar o meu rango.

Esse Brasil de hoje em dia está pra lá de engraçado. É quebra-quebra de dia, de tarde e de noite, é passeata reivindicando isso e aquilo, é gente correndo, é gente apanhando da polícia, é mulher caindo e criança chorando, é tragédia aqui e acolá, é o circo de Brasília e os reflexos da “Operação Lava-Jato”, é depoimento de um, acusação de outro e, enquanto isso, as escolas de samba já começam os ensaios para o carnaval que se aproxima, época em que todos caem na folia e se esquecem, por um momento, das nossas aflições do dia a dia.

A propósito, é imperdível a entrevista de Cristovam Buarque à “VEJA” de 20/01/16, ele um ex-ministro da Educação do governo Lula, ex-reitor da Universidade de Brasília e hoje senador da república, que diz, em certo ponto:- “Se o governo da Dilma for até o fim e se o juiz Sergio Moro e o Ministério Publico levarem a Lava-Jato até o final, o Lula estará morto em 2018”.

Enquanto isso, as escolas de samba esquentam os tamborins e o povo se prepara para a folia, que ninguém é de ferro!...

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 21/01/16

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 22/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T5519928
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