POLÍTICA.
Estamos perdidos politicamente por estarmos desenganados economicamente.
Ninguém que conhece o mínimo de “Economia Política e Ciência das Finanças”, cadeira obrigatória dos Cursos Jurídicos do Brasil e do mundo, desconhece essa verdade. Por quê? Por não se viver sem credibilidade, devendo a ciência descrever o razoável entre expectativas, sob patamares fincados na Política/Ciência.
A economia - o mercado das relações negociais e suas decorrências - vive de dados. De um lado flutuantes ao sabor da evolução os andamentos transparentes e visíveis, mutantes, de outro definidos na consolidação, mas o que configura este modo de atuação é a credibilidade. Não há lugar para ausência de transparência neste âmbito.
Como afirma Adorno (1988, pg. 81): “A Academia de Direitos de São Paulo, assim como a de Olinda, tem suas raízes atadas à independência política. Com a emergência do Estado Nacional, suscitou o delicado problema da autonomização cultural da sociedade brasileira, além da necessidade de formar quadros para o aparelho estatal. Coimbra.”
Esses quadros, desde então, deviam ser formados na seriedade, principalmente na área econômica, esteio da política. Não há como deslizar para a inverdade sem consequências, por vezes muito sérias.
Em economia, o fato político, de extraordinária velocidade, comanda o andamento econômico.
E nossa política é enxovalhada pela expressiva maioria da população, com credibilidade zero, basta conferir índices de aceitabilidade. Não se ouve NINGUÉM (bancas de jornais, farmácias, qualquer local público) a não ser guetos aparelhados, assentir no que veio à tona.
Adam Smith, o cultor do pensamento liberal e pai do classicismo inglês, situou o poder da mão invisível do mercado como ordenador de uma sociedade composta por indivíduos autocentrados, sendo o sistema de mercado, junto com a natureza interessada do homem, o condutor da prosperidade e riqueza das nações.
Quem está centrado, homem, sistema ou gestão, pública ou privada, obedece ao que seja regular, centrado. O desvio não é centrado.
A economia, como tudo na sociedade, desde a família até as grandes corporações ou governos, se movimenta através de comandos. Existe o principal e o acessório. O principal está no comando, os acessórios seguem o principal. Na família o pai de família ou quem esteja no comando, também a mãe, nas corporações, os “bosses”, chefes máximos hierárquicos, nos governos os primeiros dignitários.
Funciona como as locomotivas e vagões. No Brasil sua maior locomotiva, Petrobras, faliu pelos desmandos conhecidos. Está tecnicamente falida. Fosse empresa privada a massa estaria em liquidação. Sabe-se a razão dessa condição. E assim está consolidado em várias frentes corporativas.
Nasceu nos Correios esse fio longo com a denúncia de Roberto Jeferson, que não tem freios, não tem fim, e quanto mais se afasta o véu, mais surgem desvios, trazendo desgraça e infortúnio para incontáveis brasileiros desempregados, cidades esvaziadas, necessidades básicas comprometidas.
E não se tem um ponto seguro em que possamos afirmar nele centrado que se avizinha uma solução política, e sem ela a economia só tende a afundar, cada vez mais. Não há aceitação de nada onde se instala a ausência de credibilidade.
Quando vai parar não se sabe. Se vai, quando e como.