Dura Lex do Silêncio, Sed Lex
Pra pedir silêncio, eu berro
pra fazer barulho, eu mesma faço.
Rita Lee
pra fazer barulho, eu mesma faço.
Rita Lee
Há os que amam o Carnaval. Há os que odeiam. Como eu gosto mesmo é do feriado, não entro muito nessa querela. Até porquê, consigo ver razão em ambos os lados.
Os quatro dias de entrudo geram emprego e renda, fomentam a cultura (há controvérsias!) e o turismo. Só por isso, a festa de Momo deveria ser melhor tolerada pelos incomodados. Ou que se mudem, como manda o dito.
Não é tão simples.
Em Brasília, a folia deste ano e os limites impostos aos foliões quanto ao tamanho, trajeto e horário de passagem dos blocos é só mais um episódio dessa guerra que colocou as associações de moradores contra a classe artística, proprietários e frequentadores de bares tradicionais da cidade. Devido às sucessivas multas por infração à lei do silêncio, muitos estabelecimentos fecharam. Insatisfeitos, agentes de cultura da Capital, chamaram a atenção para o problema por meio de manifestações musicais em vários pontos do Plano Piloto, argumentando que o limite noturno atualmente imposto (55 decibéis para áreas predominantemente residenciais), é irreal, pois basta o som de conversa dos clientes para ultrapassá-lo.
Com um atraso de sete anos, o GDF criou um grupo de trabalho para estudar a questão, causadora de situações surreais como a ação truculenta da polícia sobre alguns adolescentes que tocavam violão numa pracinha da 410 norte, às vésperas do natal.
Do outro lado desta batalha, há o cidadão que não consegue desfrutar de paz em sua própria casa. Tem gente que abusa mesmo do som na caixa em botecos, festas, e até algumas igrejas, contumazes fazedoras de barulho. Talvez pensem que Deus é surdo. Certamente, esquecem que o vizinho não é.
E, não há como negar. Por mais que nos agrade a boa música e alarido no barzinho, salões ou no templo, quando em nosso cafofo, queremos sossego. Nem que seja pra assistir tranquilos aos desfiles das Escolas de Samba pela TV.
Isso não é ser chato. Chato é o radialista Mike Shotton, que tá fazendo a maior zoada pra acabar com a pipoca (e o ruído da mastigação) nos cinemas ingleses. Aff!
Que essa doença não se espalhe, ou até as coitadas das cigarras se tornarão foras da lei.
Texto publicado hoje no Jornal Alô Brasília de hoje.
Os quatro dias de entrudo geram emprego e renda, fomentam a cultura (há controvérsias!) e o turismo. Só por isso, a festa de Momo deveria ser melhor tolerada pelos incomodados. Ou que se mudem, como manda o dito.
Não é tão simples.
Em Brasília, a folia deste ano e os limites impostos aos foliões quanto ao tamanho, trajeto e horário de passagem dos blocos é só mais um episódio dessa guerra que colocou as associações de moradores contra a classe artística, proprietários e frequentadores de bares tradicionais da cidade. Devido às sucessivas multas por infração à lei do silêncio, muitos estabelecimentos fecharam. Insatisfeitos, agentes de cultura da Capital, chamaram a atenção para o problema por meio de manifestações musicais em vários pontos do Plano Piloto, argumentando que o limite noturno atualmente imposto (55 decibéis para áreas predominantemente residenciais), é irreal, pois basta o som de conversa dos clientes para ultrapassá-lo.
Com um atraso de sete anos, o GDF criou um grupo de trabalho para estudar a questão, causadora de situações surreais como a ação truculenta da polícia sobre alguns adolescentes que tocavam violão numa pracinha da 410 norte, às vésperas do natal.
Do outro lado desta batalha, há o cidadão que não consegue desfrutar de paz em sua própria casa. Tem gente que abusa mesmo do som na caixa em botecos, festas, e até algumas igrejas, contumazes fazedoras de barulho. Talvez pensem que Deus é surdo. Certamente, esquecem que o vizinho não é.
E, não há como negar. Por mais que nos agrade a boa música e alarido no barzinho, salões ou no templo, quando em nosso cafofo, queremos sossego. Nem que seja pra assistir tranquilos aos desfiles das Escolas de Samba pela TV.
Isso não é ser chato. Chato é o radialista Mike Shotton, que tá fazendo a maior zoada pra acabar com a pipoca (e o ruído da mastigação) nos cinemas ingleses. Aff!
Que essa doença não se espalhe, ou até as coitadas das cigarras se tornarão foras da lei.
Texto publicado hoje no Jornal Alô Brasília de hoje.