Natal e o menino refletido no espelho
As manhãs de nossa cidade, agora, estão mais quentes. Perderam aquela umidade serena, tão própria das manhãs que nos acostumamos a ver e sentir, na cidade de outrora.
Aquela cidade, esmaecida pelo tempo, amanhecia tomada por uma neblina ostensiva, quase densa, atraindo beija-flores e realçando o perfume das rosas, no jardim, bem cuidado, de nossa casa. Por traz desse jardim, as mãos habilidosas, férteis, virtuosas e apascentadoras; a alma serena, doce, límpida e protetora de minha mãe.
As chuvas de nosso verão costumavam se anunciar em novembro, com um tempo cinzento dominando o dia; com chuvas, breves, lavando a cidade. Como se a natureza, com seus caprichos, começasse a prepará-la para as festas natalinas.
No mês de dezembro, as chuvas aconteciam mais esparsas e breves, e as manhãs vestiam suas cores cinzentas, repletas de nostalgia, unindo as pessoas em sentimentos de esperanças solidárias.
As famílias cultivavam a tradição de pintar suas casas, para viver a plenitude do Natal. A cidade ficava mais bonita, com as cores renovadas. Essa renovação chegava a envolver roupas novas, para esperar a passagem do nascimento de Jesus.
Minha mãe, exímia costureira, dona de atelier, fazia roupas novas para vestirmos nessa noite. Assim fez com todos os seus onze filhos, quando crianças, vestidos de ansiedade, à espera dos presentes de Papai Noel.
Olho no espelho do tempo o menino de outrora; o adolescente de depois, e o adulto de agora. O tempo operou mutações em minhas faces e em minha mente. Mas não afetou a integridade de minha alma.
Posso me encontrar no espelho em que me vejo, em muitos tempos, na trajetória de minha vida. Em cada tempo, olhei para o futuro, com as recordações e os exemplos do passado. Os exemplos deixados por meu pai, por minha mãe, por meu avô, que me moldaram; que moldaram o caráter de meus irmãos e irmãs, e nos mantiveram unidos.
A cidade de agora é tão bela e iluminada, quanto a cidade de outrora. Até a breve chuva da manhã, da última quinta-feira, deu testemunho que a cidade é eterna na essência que a caracteriza, como espaço natural. Apenas a ausência de pessoas pode ser sentida, como luzes a menos, na cidade iluminada.
A cidade de outrora, mais do que nunca, está viva e presente, na cidade de agora. Os sinos das igrejas, que tocavam anunciando as horas e os eventos litúrgicos que a cidade festejava, continuam tocando dentro e fora de nós.
Tocam nos olhos, na alma; no sorriso das pessoas que encontramos, nos corredores dos shoppings, na Rua Grande; nas avenidas de sentimentos e emoções que nos ligam a todos: mesmo desconhecidos; mesmo sem falas.
Cada dezembro, cada Natal, como cada dia, como cada pessoa, tem a sua própria identidade, sua própria face e voz, independente de como o sentimos e vivenciamos. Cada Natal tem a sua própria luz, sua própria vida, com seus valores e simbolismos, ungidos pela luz do nascimento de Jesus.
Costumamos dizer em dezembro, que já é Natal. Em nosso lar, começou festivo, com uma celebração que nos tomou a alma. A formatura de nosso filho Caio, que recebeu o Certificado de Conclusão do 1º Ano, do Ensino Fundamental, pela Escola Crescimento.
Nosso menino, amante de livros, já sabe ler com fluência. Sabe escrever, com letras cursivas, pequenas história, construindo um mundo encantado, de sonhos e fantasias infantis; trajetória para os longos e belos textos que, com certeza, produzirá, amanhã.
Em tudo, o trabalho dedicado e paciente de sua mãe, Janaína, “meu amor” que, além de mim, é incansável e eficiente no acompanhamento das tarefas escolares, de esporte e lazer, e de ministrar valores essenciais, com estímulos e limites, que os pais precisam transmitir a seus filhos.
Olho no espelho do tempo em que me vejo. Vejo o Natal, vejo nosso menino, em sua imensa paz, inocência e ternura – já tendo escrito sua cartinha – à espera do presente de Papai Noel.
Aquela cidade, esmaecida pelo tempo, amanhecia tomada por uma neblina ostensiva, quase densa, atraindo beija-flores e realçando o perfume das rosas, no jardim, bem cuidado, de nossa casa. Por traz desse jardim, as mãos habilidosas, férteis, virtuosas e apascentadoras; a alma serena, doce, límpida e protetora de minha mãe.
As chuvas de nosso verão costumavam se anunciar em novembro, com um tempo cinzento dominando o dia; com chuvas, breves, lavando a cidade. Como se a natureza, com seus caprichos, começasse a prepará-la para as festas natalinas.
No mês de dezembro, as chuvas aconteciam mais esparsas e breves, e as manhãs vestiam suas cores cinzentas, repletas de nostalgia, unindo as pessoas em sentimentos de esperanças solidárias.
As famílias cultivavam a tradição de pintar suas casas, para viver a plenitude do Natal. A cidade ficava mais bonita, com as cores renovadas. Essa renovação chegava a envolver roupas novas, para esperar a passagem do nascimento de Jesus.
Minha mãe, exímia costureira, dona de atelier, fazia roupas novas para vestirmos nessa noite. Assim fez com todos os seus onze filhos, quando crianças, vestidos de ansiedade, à espera dos presentes de Papai Noel.
Olho no espelho do tempo o menino de outrora; o adolescente de depois, e o adulto de agora. O tempo operou mutações em minhas faces e em minha mente. Mas não afetou a integridade de minha alma.
Posso me encontrar no espelho em que me vejo, em muitos tempos, na trajetória de minha vida. Em cada tempo, olhei para o futuro, com as recordações e os exemplos do passado. Os exemplos deixados por meu pai, por minha mãe, por meu avô, que me moldaram; que moldaram o caráter de meus irmãos e irmãs, e nos mantiveram unidos.
A cidade de agora é tão bela e iluminada, quanto a cidade de outrora. Até a breve chuva da manhã, da última quinta-feira, deu testemunho que a cidade é eterna na essência que a caracteriza, como espaço natural. Apenas a ausência de pessoas pode ser sentida, como luzes a menos, na cidade iluminada.
A cidade de outrora, mais do que nunca, está viva e presente, na cidade de agora. Os sinos das igrejas, que tocavam anunciando as horas e os eventos litúrgicos que a cidade festejava, continuam tocando dentro e fora de nós.
Tocam nos olhos, na alma; no sorriso das pessoas que encontramos, nos corredores dos shoppings, na Rua Grande; nas avenidas de sentimentos e emoções que nos ligam a todos: mesmo desconhecidos; mesmo sem falas.
Cada dezembro, cada Natal, como cada dia, como cada pessoa, tem a sua própria identidade, sua própria face e voz, independente de como o sentimos e vivenciamos. Cada Natal tem a sua própria luz, sua própria vida, com seus valores e simbolismos, ungidos pela luz do nascimento de Jesus.
Costumamos dizer em dezembro, que já é Natal. Em nosso lar, começou festivo, com uma celebração que nos tomou a alma. A formatura de nosso filho Caio, que recebeu o Certificado de Conclusão do 1º Ano, do Ensino Fundamental, pela Escola Crescimento.
Nosso menino, amante de livros, já sabe ler com fluência. Sabe escrever, com letras cursivas, pequenas história, construindo um mundo encantado, de sonhos e fantasias infantis; trajetória para os longos e belos textos que, com certeza, produzirá, amanhã.
Em tudo, o trabalho dedicado e paciente de sua mãe, Janaína, “meu amor” que, além de mim, é incansável e eficiente no acompanhamento das tarefas escolares, de esporte e lazer, e de ministrar valores essenciais, com estímulos e limites, que os pais precisam transmitir a seus filhos.
Olho no espelho do tempo em que me vejo. Vejo o Natal, vejo nosso menino, em sua imensa paz, inocência e ternura – já tendo escrito sua cartinha – à espera do presente de Papai Noel.