Novo e velho estão dentro de nós nesta vida
Apesar de tudo, como é bom estar vivo e poder refletir sobre tudo o que, de algum modo, é registrado por nossos olhos ou mentes e, mesmo que não queiramos, nos envolve e chega a determinar os caminhos que trilhamos em nossas vidas.
Nossas vidas, sim. Pois, ainda que não nos apercebamos, vivemos muitas vidas, em nossa passagem terrena. Vidas que se fundem e completam para nos permitir continuar existindo: superando necessidades; renovando convivências; adquirindo novos hábitos; rejeitando dependências; abrindo mão de uma série de resistências e ideias pré-concebidas, para adotar novas formas de ver e de sentir as pessoas; interpretar fatos sociais e naturais, e adotar novas atitudes.
Os ritos de passagem, a que somos submetidos, representam momentos especiais em que uma de nossas vidas se transforma em uma nova vida, que passamos a viver, até que outra vida tome forma e venha a assumir o papel que nossa vida anterior desempenhou, em nossa trajetória de existência.
Assim, de fusões e mutações, vão se sucedendo nossas vidas, desde nosso nascimento até a nossa passagem final. E, cada nova vida que vivemos absorve da vida anterior a nossa alma, que é única, e dela recolhe suas necessidades essenciais, para ser a vida possível, em seu espaço de tempo.
O novo e o velho, por isso, habitam nossas vidas, e estão sempre dentro de nós. Um falando da esperança, da emoção, da impetuosidade, do novo, do desconhecido. O outro, ensinando, censurando, orientando, lamentando, conciliando. Um precisando do outro, para compor sua própria passagem temporal.
Viver, por isso mesmo, deve ser um exercício de permanente reflexão, para a consagração de nossa existência. Isso torna a vida um constante diálogo do “eu” com o mundo; um diálogo com os olhos abertos para refletir sobre todas as coisas, mesmo aquelas que não nos dizem respeito. Mas dizem respeito à relação da espécie humana com o mundo em que vivemos. O ato de viver, por isso, também, se torna uma aventura complexa, difícil. “Viver é fácil quando temos os olhos fechados”, diz uma canção dos Beatles.
Com os olhos fechados, não podemos compreender o que vemos: olhos e mentes. Pois cada um de nós acaba vendo uma realidade possível a seus entendimentos. Realidade compatível com suas escalas de valores. Valores que são adquiridos por uma educação familiar, escolar, e por leitura e convivência com nossos semelhantes.
As dores e agruras do mundo, no entanto, tornam um exercício dramático essas reflexões, constantes, que devemos fazer em nossas vidas. Às vezes, preferido não ver, não entender, e tendo dificuldades extremas de aceitar que essas dores e conflitos encontrem tanto espaço para afligir nossas vidas.
Mas a beleza da vida é muito maior que tais agruras. Reflete a universal poesia de Jacques Prévert: ”Pai nosso que estais no céu, permanecei lá. Que nós ficaremos pela Terra que, algumas vezes, é tão bela”…
O ano que está começando, como todos os novos anos, nos oferece sempre um cenário de esperanças e otimismos, onde a saúde, a paz e a prosperidade, fazem parte de todos os cardápios de desejos e felicitações que construímos, com a força de nossa fé.
Até a canção chama de “velho” o ano que passou: “Adeus ano velho. Feliz ano novo. Que tudo se realize no ano que vai nascer.” Como se tudo fosse ser resolvido, num passe de mágica, que não existe. Nem seria bom que existisse, pois teríamos perdido todo o acervo de nossas vidas anteriores, nesse rito de passagem.
O amor que construímos, que nos alimentou no ano passado, não estaria conosco no ano que se inicia. Nem ele, nem nossas conquistas pessoais. Tudo pertenceria ao “velho”, e teria ficado no passado. Novo e velho, portanto, estão dentro de nós, nesta vida. Caminham conosco e só dependem da forma como interpretamos e conceituamos todas as coisas, em nossa existência.
É tudo uma questão de como nos situamos em relação aos fatos e às pessoas, que os tornam ou que nos tornam novos ou velhos. Tudo é vida: fusão, mutação, finitude e eternidade.
Nossas vidas, sim. Pois, ainda que não nos apercebamos, vivemos muitas vidas, em nossa passagem terrena. Vidas que se fundem e completam para nos permitir continuar existindo: superando necessidades; renovando convivências; adquirindo novos hábitos; rejeitando dependências; abrindo mão de uma série de resistências e ideias pré-concebidas, para adotar novas formas de ver e de sentir as pessoas; interpretar fatos sociais e naturais, e adotar novas atitudes.
Os ritos de passagem, a que somos submetidos, representam momentos especiais em que uma de nossas vidas se transforma em uma nova vida, que passamos a viver, até que outra vida tome forma e venha a assumir o papel que nossa vida anterior desempenhou, em nossa trajetória de existência.
Assim, de fusões e mutações, vão se sucedendo nossas vidas, desde nosso nascimento até a nossa passagem final. E, cada nova vida que vivemos absorve da vida anterior a nossa alma, que é única, e dela recolhe suas necessidades essenciais, para ser a vida possível, em seu espaço de tempo.
O novo e o velho, por isso, habitam nossas vidas, e estão sempre dentro de nós. Um falando da esperança, da emoção, da impetuosidade, do novo, do desconhecido. O outro, ensinando, censurando, orientando, lamentando, conciliando. Um precisando do outro, para compor sua própria passagem temporal.
Viver, por isso mesmo, deve ser um exercício de permanente reflexão, para a consagração de nossa existência. Isso torna a vida um constante diálogo do “eu” com o mundo; um diálogo com os olhos abertos para refletir sobre todas as coisas, mesmo aquelas que não nos dizem respeito. Mas dizem respeito à relação da espécie humana com o mundo em que vivemos. O ato de viver, por isso, também, se torna uma aventura complexa, difícil. “Viver é fácil quando temos os olhos fechados”, diz uma canção dos Beatles.
Com os olhos fechados, não podemos compreender o que vemos: olhos e mentes. Pois cada um de nós acaba vendo uma realidade possível a seus entendimentos. Realidade compatível com suas escalas de valores. Valores que são adquiridos por uma educação familiar, escolar, e por leitura e convivência com nossos semelhantes.
As dores e agruras do mundo, no entanto, tornam um exercício dramático essas reflexões, constantes, que devemos fazer em nossas vidas. Às vezes, preferido não ver, não entender, e tendo dificuldades extremas de aceitar que essas dores e conflitos encontrem tanto espaço para afligir nossas vidas.
Mas a beleza da vida é muito maior que tais agruras. Reflete a universal poesia de Jacques Prévert: ”Pai nosso que estais no céu, permanecei lá. Que nós ficaremos pela Terra que, algumas vezes, é tão bela”…
O ano que está começando, como todos os novos anos, nos oferece sempre um cenário de esperanças e otimismos, onde a saúde, a paz e a prosperidade, fazem parte de todos os cardápios de desejos e felicitações que construímos, com a força de nossa fé.
Até a canção chama de “velho” o ano que passou: “Adeus ano velho. Feliz ano novo. Que tudo se realize no ano que vai nascer.” Como se tudo fosse ser resolvido, num passe de mágica, que não existe. Nem seria bom que existisse, pois teríamos perdido todo o acervo de nossas vidas anteriores, nesse rito de passagem.
O amor que construímos, que nos alimentou no ano passado, não estaria conosco no ano que se inicia. Nem ele, nem nossas conquistas pessoais. Tudo pertenceria ao “velho”, e teria ficado no passado. Novo e velho, portanto, estão dentro de nós, nesta vida. Caminham conosco e só dependem da forma como interpretamos e conceituamos todas as coisas, em nossa existência.
É tudo uma questão de como nos situamos em relação aos fatos e às pessoas, que os tornam ou que nos tornam novos ou velhos. Tudo é vida: fusão, mutação, finitude e eternidade.