A SOCIEDADE ESTÁ CANSADA, MORRE A ESPERANÇA.

No Brasil e no mundo transpira esse cansaço, porém nada mais exemplar do que no Brasil, onde o peleguismo frutificou na desinformação, no analfabetismo absoluto de normas e ética, na demonstração explícita do enriquecimento através do Poder Político, sem fronteiras e desafiando fronteiras da lógica e da obviedade, no mais perfeito e impune cinismo.Aqui tem dias contados esse caos da seriedade, embora esses dias possam ser mais longos que o desejado.

No mundo, até mesmo a elite do tênis mundial está envolvida em corrupção. Um local limpo até então, também contaminado. Futebol é excremento do aspecto digestivo do esporte, desse trânsito orgânico comandado pelos desvios do alto até os confins da ponta. O esporte era, passado, era a limpeza grega dos Deuses do Olimpo.

O cansaço com tudo que se espraia em círculos concêntricos, nas camadas sociais todas, mata a esperança. Não que o lado bom vá se extinguindo aceleradamente, chegando à plenitude, mas, destaque-se, além de se alargar e tomar conta da maior parcela humana, vamos contando diminutamente gestos e condutas generosas, da boa vontade, minimizados, em todos os cursos institucionais ou não institucionais. No viés de mecânica do movimento está o homem.

No Brasil os três macaquinhos sábios, mizaru , que cobre os olhos, kikazaru , que tapa os ouvidos e iwazaru, que tapa a boca, traduzido como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal, estão ligados ao cometimento do mal, nada sabem, ouviram ou viram sobre os crimes de Estado cometidos.

O homem impulsiona os direcionamentos sociais públicos e privados com maldade, desde seu menor núcleo, a família, lamentavelmente, alcançando o maior, o Estado. A história e o desempenho atestam e ratificam minha afirmação.Ou seria o descrédito pela ação do Estado, de suas ideias e doutrinações, que faz do homem um celeiro de maldades? O ovo ou a galinha, quem surgiu primeiro?

O Estado foi erigido pelo homem para organizar possíveis desvios humanos,punindo-os, redirecionando, organizando por regras a sonhada harmonia, por Ele , Estado, ditadas, e ele, Estado, é quem mais desvia.... Hoje nem a mídia devia tratar como Estado, mesmo porque não é (Estado é a nação politicamente organizada), o tal EI, mas de grupo ou bando terrorista. O terrorismo tem o condão de se movimentar na surpresa covarde, e nesse caso, querem um manto religioso a protegê-lo, por infidelidade que desnatura o que seja fidelidade de um Deus terrorista, inexistente, nem mesmo pelos pagãos de outras eras festejado, mas pela concessão de dádivas alimentares e riquezas sufragado no paganismo.

Circulam horrores civis e religiosos no mundo, matanças e mudez de solidariedade, espoliações e usurpações de amplo espectro, assassinatos da nobreza das crianças e dos valores máximos que residem na inocência. Civis morrem sem nenhuma participação politizada, suas vidas naturais são tomadas, imoladas por causas que desconhecem.

Nada prevalece a não ser acima de tudo o interesse de cada um - principalmente dos déspotas da vontade - quando mesmo esse interesse pessoal poderia se avantajar, se sustentado no interesse de todos. Há uma visão de Polifemo, o monstro de um olho só, a comer suas ovelhas, e nenhum Ulisses com seu heroísmo e argúcia em todos os rincões do mundo. Doutrinas, ideologias e inclinações cegas dizimam hábitos, costumes e valores. Dignitários de nações se têm dignidade são postos de lado ou esvaziados em suas ações. Mesmo de prestigiadas repúblicas.

A humanidade está cansada, no Brasil se esvaindo quando podia estar festejando como retaguarda do mundo em produção e trabalho, diante de suas potencialidades extraordinárias, que mesmo roubadas e sangradas ainda sobrevivem.

A referência do amor pendendo do martírio do Gólgota da Cruz, ainda que seja só como exemplo e simbolismo, sem nenhum grau religioso, sofre de imemorialismo e está blindada pelo mal. Mas ainda se persegue a esperança na desesperança. Mesmo envolvida a sociedade em cansaço.

Uma amiga, Lúcia Constantino, traz uma afirmação que sintoniza tudo isto, e me deixou perplexo. A HUMANIDADE MERECIA O CRISTO?

Instigante questionamento. Mergulhar na indagação e flanar, fruir, ou morrer no desencanto do conto que seria romance e não verdade do caminho, da vida. É preciso fé, voto pessoal, para seguir acreditando que um dia tudo será melhor, depois de tão profundo desafio frustrado, que tanto engloba, tudo, um universo inteiro de vidas, de tempos, de digressões e projeções futuristas, de assentamentos de condutas, em visões vetustas ou projeção de horizontes não vividos, códigos, éticas, posicionamentos discorridos pluralmente em doutrinações sempre acuradas e apuradas.

Por quê? Por existir um marco; a cruz. Ela está em todos os lugares, e que seja sem conotação religiosa,mas lembrando a solidariedade e a boa vontade, ainda que assim não seja entendido. E que se deixe, portanto, a Cruz e seu simbolismo, e que se aporte simplesmente no que é bom, que não viole nem desrespeite o direito de ser pessoa, da mais humilde a mais representativa socialmente, colocando todos, sem exceção, no vínculo representativo, ligame do Estado.

Chegamos ao quê? Após avaliação simplória e mesmo primária,incipiente, ao cansaço da desesperança.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/01/2016
Reeditado em 18/01/2016
Código do texto: T5515180
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.