FEUDAL
Edson Gonçalves Ferreira
Me chama com tua rouca e atrevida que eu escuto. Sei dos teus caprichos, meu bem, de nossas almas. Fico entontecido com teus avanços amorosos, mas de um amor amigo quase feudal. E, submisso, mesmo que, só por uns instantes, eu te escuto, deliciado, servil. Tu dizes e ouço servil, com voz doce e autoritária: "_ Tudo que tens é meu". Não mentes, meu coração concorda, mas meu coração, grava bem isso, só o meu coração!... Escrevo poemas e, geralmente, penso em ti como paixão, como leitor, mas sem a malícia que sempre tiveram amantes amigos doutoras grandezas. Não me pedes poemas, não me pedes crônicas, tu até finges me desprezar feito um ator em uma farsa medieval. Te olho então irônico fingindo acreditar, mas tomei-te o coração, confessa. Te entendo assim, muito gentil e muito bravo, mas sedento da minha palavra, cuidadoso do meu ser, tão gentil. Não nos queremos banalmente para aquelas horas que todos conhecem e que, muitas vezes, não se eternizam. Tu e eu formamos um par romântico no conceito de Platão: furiosamente apaixonados e completamente cuidadosos. Tu crês que podes me amar assim, com desejos só do Belo, porque tu amas o mais sagrado que existe em mim: o poeta, mas tu também cuidas de mim como ser amado. Ai, meu amor amigo, diga de novo, quantas vezes quiseres que eu sou teu, porque não posso negar. Acho realeza alguém nos querer bem como me queres e eu também de quero. Adoro os beijos amigos/amorosos nas minhas faces que, com calma e paz, tu me dás. São beijos de almas, adoradas. Deus até chora lá das alturas vendo isso. És a minha paz e a minha luta, porque não divido amor espiritual, esse que nos eterniza. O resto tu podes ceder para que tu amas carnalmente, a mim, eu sei, tu me amas na realeza dos versos e na ternura do afeto. Só me tens completamente nos versos e nos enlaces d amigos benfazejos. Fala, fala depressa: _"Tudo o que tens é meu". Eu já te dei o mais sagrado: a minha alma e beijei a sua como ninguém, jamais beijou, meu amor amigo, na feudal concepção, te quero muito bem para o sempre. Cuida de mim que eu cuido do ti na dimensão certa desse olhar amante.
Divinópolis em janeiro de 2016
Edson Gonçalves Ferreira
Me chama com tua rouca e atrevida que eu escuto. Sei dos teus caprichos, meu bem, de nossas almas. Fico entontecido com teus avanços amorosos, mas de um amor amigo quase feudal. E, submisso, mesmo que, só por uns instantes, eu te escuto, deliciado, servil. Tu dizes e ouço servil, com voz doce e autoritária: "_ Tudo que tens é meu". Não mentes, meu coração concorda, mas meu coração, grava bem isso, só o meu coração!... Escrevo poemas e, geralmente, penso em ti como paixão, como leitor, mas sem a malícia que sempre tiveram amantes amigos doutoras grandezas. Não me pedes poemas, não me pedes crônicas, tu até finges me desprezar feito um ator em uma farsa medieval. Te olho então irônico fingindo acreditar, mas tomei-te o coração, confessa. Te entendo assim, muito gentil e muito bravo, mas sedento da minha palavra, cuidadoso do meu ser, tão gentil. Não nos queremos banalmente para aquelas horas que todos conhecem e que, muitas vezes, não se eternizam. Tu e eu formamos um par romântico no conceito de Platão: furiosamente apaixonados e completamente cuidadosos. Tu crês que podes me amar assim, com desejos só do Belo, porque tu amas o mais sagrado que existe em mim: o poeta, mas tu também cuidas de mim como ser amado. Ai, meu amor amigo, diga de novo, quantas vezes quiseres que eu sou teu, porque não posso negar. Acho realeza alguém nos querer bem como me queres e eu também de quero. Adoro os beijos amigos/amorosos nas minhas faces que, com calma e paz, tu me dás. São beijos de almas, adoradas. Deus até chora lá das alturas vendo isso. És a minha paz e a minha luta, porque não divido amor espiritual, esse que nos eterniza. O resto tu podes ceder para que tu amas carnalmente, a mim, eu sei, tu me amas na realeza dos versos e na ternura do afeto. Só me tens completamente nos versos e nos enlaces d amigos benfazejos. Fala, fala depressa: _"Tudo o que tens é meu". Eu já te dei o mais sagrado: a minha alma e beijei a sua como ninguém, jamais beijou, meu amor amigo, na feudal concepção, te quero muito bem para o sempre. Cuida de mim que eu cuido do ti na dimensão certa desse olhar amante.
Divinópolis em janeiro de 2016