FRUTA PODRE
Crônica de:
Flávio Cavalcante



 
     Lamentavelmente retratamos aqui um tema muito comum na nossa terra. O ser humano mostrando um lado que ele até ele mesmo desconhece. Esse mundo de provas e expiações propicia ao homem construir impérios materiais, deixando para alguns uma farta mesa de apego e consequentemente uma doença enraizada na alma chamada prepotência, egoísmo e outras enfermidades vis que vão destruindo-o aos poucos numa velocidade imperceptível. É como um câncer que vai corroendo aos poucos sem deixar mazelas visíveis a olho nu. Age calado ás escuras, como uma peçonha pronta para abocanhar.
 
     Não podemos afirmar se este mundo de provas e expiações é realmente o paraíso ou inferno propriamente dito. Se pararmos pra observar estamos no centro de uma balança, onde de um lado está o bem e do outro está o mal. Ambos no mesmo peso. A guerra entre eles oferecendo ao centro da balança um mundo de prazer material é quase que impossível de não ceder aos encantos oferecidos. O difícil de estar diante de tanta coisa aprazível e não deixar se envolver e saber filtrar essas informações para não virar em nossa vida um criadouro de monstros que venha a ser vil nas nossas vidas e nos prejudicar na nossa evolução.
 
     Muitas pessoas não conseguem se desvencilhar do prazer mundano e esqueça que o mundo é apenas uma escola onde estamos de passagem e que nada que nele habita nos pertence de fato. Tudo é emprestado. O próprio prazer nos faz esquecer destes detalhes importantes e vai enraizando em nosso ser como um parasita que vai nos tornando frutos podres de espírito.
 
     A arrogância e a prepotência são estágios desse mal que vai numa crescente até se tornarem insustentáveis. Existem casos que a enfermidade fica num grau tão elevado que o homem passa a viver juntado dinheiro e guardando como se ele fosse eterno aqui no mundo material. Quando chega nesse estágio, a balança começa a pender para o lado malévolo e daí uma crescente onde passa a ter uma evolução no lado do mal. A escolha é de cada um. O bem e o mal estão em dois polos diferentes. Os prazeres oferecidos são o combustível para o impulsionar o nosso desejo. Alguns hóspedes desse mundo com o tempo se camuflam de maneira que fica difícil saber quem é do bem ou do mal. Geralmente as pessoas que se entregam pelas atitudes. As pessoas maléficas tendem a ser arrogantes e cheias de prepotência.
 
     O que mais é surpreendente é ver as lições que a própria vida pode nos proporcionar para aprendermos a lidar no hábitat que muitas vezes não é tão fácil como se pensa. Mas tiramos embasamento para tirarmos daqui fontes de humildade para nesta lição aprendermos a ter coragem de seguir em frente mesmo com os e encalços surgidos na nossa caminhada. Quem nunca parou para observar o trabalho das abelhas operárias numa colmeia? A organização e a ordem nos presenteia mostrando que cada um tem a sua função e devem respeito a sua majestade a rainha. Todos se respeitam. O próprio mar tem o tempo certo para a sua maré está baixa ou alta.
 
     Os animais irracionais mesmo convivendo em bando cada um respeita o espaço do outro e nenhum deles passa por cima um do outro afim de se dar bem tirando vantagem do seu próximo.
 
     A terra gira em torno do sol conjuntamente com toda uma constelação e outros planetas tudo no seu devido tempo e na hora programada pela própria natureza.
 
     Por que será que o homem que se diz ser racional faz tudo ao contrário na eminência de que meu eu é em primeiro lugar. Ele mesmo faz, ele mesmo destrói tudo e ele paga a moeda pelos seus próprios atos. A própria natureza na sua severidade e genialidade dá a resposta para todas as perguntas inclusive em casos assim.
 
     Quem nunca observou uma fruta podre no alto de uma árvore? Se observarmos atentamente que quanto mais alto que ele tiver a queda será bem mais dolorosa, tiramos dali a lição que não deixa de ser um recado da própria natureza para o homem e ainda vai mais adiante com a lição.
 
 
     “FRUTA PODRE NÃO PRECISA NINGUÉM DERRUBAR. ELA CAI SOZINHA”.
 
 
Flávio Cavalcante
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 17/01/2016
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5513714
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