Na fila do mercado, observo um sujeito nos seus 60 anos acompanhado de uma moça que não ultrapassava os 22. Ela abraçava o coroa com a ternura de filha dedicada, sussurrava ao seu ouvido, voltava a abraçá-lo e o acariciava no rosto. Achei linda a comunhão entre pai e filha, percebi que outras pessoas ao redor também testemunhavam sensibilizadas. De repente, aquela afetuosa relação familiar se transformou num beijo na boca sem-vergonha, línguas emboladas na saliva e lábios em movimentos despudorados. O olhar do povo fumegou em reprovação e o meu coração comovido incendiou-se de inveja. Antes um obsceno a um preconceituoso.
Alexandre Coslei
Enviado por Alexandre Coslei em 16/01/2016
Reeditado em 10/03/2016
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