CORRUPÇÃO TAMBÉM NO GOVERNO MILITAR!

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Pode parecer contraditório para o Golpe Militar de 64 no Brasil, mas o Ministro do Interior, coronel Mário Andreazza, ao tomar a decisão de concorrer à presidência da República pela Arena, contra Paulo Maluf e perder a disputa dentro do partido, na Convenção, era exatamente para desejava fazer: enfrentar a corrupção que estava existindo nas “camadas subalternas” do Exército. Sem esclarecer o que seriam as “camadas subalternas”, mas como sempre se referia assim para designar patentes mais baixas do Exército, deduzi que poderiam ser nos setores envolvidos em compras dos ranchos para os pelotões militares existentes, nos quais circulavam elevados valores monetários. O candidato Paulo Maluf foi derrotado no Colégio Eleitoral por Tancredo Neves (MDB) em sessão histórica transmitida pela TV, com parlamentares votando em plenário pela família, pelo Brasil e pelo futuro, o candidato do MDB venceu porque a Arena já estava muito desgastada. O resto é história e todos já conhecem o que veio depois. Pelo jornal DIÁRIO DO AMAZONAS, publiquei crônica dizendo que Tancredo Neves fora “o melhor presidente que o Brasil não teve”.

Mário Andrezza, depois de fazer a declaração, sempre escondendo um copo de whisky atrás das costas, quando terminava de presidir as reuniões da Suframa, muito prestigiadas na época, perguntava se alguém o estava gravando e em seguida, ameaçava “se alguém escrever e publicar o que estou dizendo, vou negar e seus jornais não circularão amanhã porque serão empastelados”. Com a imprensa toda censurada, ninguém publicava nada. Mas é certo que a corrupção também existia nas fileiras do Exército que, com o Golpe Militar contra o presidente João Goulart, prometeu que combateria e também ao comunismo. A corrupção é histórica, também alcançou a época do Império e é sempre prejudicial a todos, com obras e licitações superfaturadas, aditivos permitidos pela Lei 8666/93, pela falta de escolas, hospitais, habitação, saneamento, remédios, para não citar outros problemas advindo do mesmo esquema. Hoje, com a imprensa liberada, as denúncias vem a publico mais rapidamente, inclusive pelas redes sociais e todos se apavoram, porque junto vem a denúncia de que o Governo Federal implantará o comunismo no Brasil. E é para apavorar mesmo porque nem tudo não é a verdade que parece ser! O ridículo também tem limites! Caso alguém tenha alguma dúvida da historicidade da corrupção desde a época do império até os dias de hoje, consulte o link ((http://www.crato.org/chapadadoararipe/2009/09/29/dois-casos-de-denuncias-de-corrupcao-no-brasil-imperio-–-por-armando-lopes-rafael/). No livro de Leopoldo Bibiano Xavier, “Revivendo o Brasil Império”, pode encontrar mais detalhes sobre o processo de corrupção histórica no país.

O imperador Dom Pedro II não querendo ver o Brasil se transformando em um mar de lama, removeu o embaixador Barão de Penedo, de Londres para outro país, escrevera: “Consta-me que o empréstimo contraído em Londres o foi a 85,5% e não a 88%, porque houve 2,5% de comissão. Espero que o embaixador brasileiro não tenha recebido parte dela, e de nenhum modo posso consentir que ele o faça. Já que procedo do mesmo modo.” Barão de Penedo, era o embaixador Francisco Inácio de Carvalho Moreira, nascido na Cidade de Penedo, em Alagoas, em 1815 e falecido em 1o de Abril de 1906, no Rio de Janeiro. As propinas eram menores, os tempos eram outros, mas fica provado que a corrupção não teve início no Governo do PT. É histórica! Só os valores foram aumentando junto com as denúncias, coisa que não se podia fazer no Governo Militar.

Se os ex-presidentes militares sabiam do que ocorria nas “classes subalternas”, não tenho certeza, mas o coronel Mário Andreazza nunca escondeu que queria ser presidente da República para atacar os primeiros sinais de corrupção nas casernas. O envolvimento de ex-presidentes e autoridades em novas denúncias, negadas por todos os novos citados, me deixam a certeza que o jornalista Paulo Francis estava certo quando denunciara que bancos da Suíça estavam servindo de lavanderia para dinheiro de corrupção para diretores daa Petrobras. Se na época tivesse sido apuradas em vez de processarem o jornalista judicialmente, existiam provas da extensão da corrupção no Brasil. Exigiram provas do denunciante, mas não abriram inquérito para apurar o que ele dissera no programa “Manhatan Coletion”, gravado e transmitido de Nova York, pela Globo. A corrupção não apurada, hoje alcançou todos os governos, em todos os períodos da história, desde o descobrimento do Brasil.. Ela só vem mudando de rosto, cara e percentuais de valores envolvidos nas “negociatas”.

Hoje, o PT garante e insiste que toda doação que recebeu de corrupção foi legal e declarada à Justiça Eleitoral, talvez com notas fiscais e recibos não autênticos. Contudo o problema não reside nesse aspecto, mas na origem da doação porque se a origem foi elicita, o resto do processo contém um vício de origem primária. Como explicar e justificar as denúncias mais recentes contra ex-presidentes e o envolvimento de ex-ministros de outros países. Na delação premiada à Procuradoria-Geral da República, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró relatou casos de corrupção dentro da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras e apontou que manteve reuniões como diretor internacional da Estatal em 2008, quando foi exonerado do cargo, envolvendo políticos brasileiros e ministros argentinos em atos de corrupção. Os senadores Renam Calheiros (PMDB-AL), Fernando Collor de Melo (PTB-AL), investigados pelo STF por envolvimento na operação Lava Jato, os deputados federais Delcídio Amaral (PT-MS), preso por ordem do STF por tramar a fuga de Nestor Cerveró por “questões humanitárias”. As denúncias de corrupção envolveriam o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, ministros do antigo governo uma transação envolvendo a compra pela Petrobras de uma empresa de energia da Argentina, que também envolveriam até ministros do “pais hermano”.

A declaração foi desqualificada por todos os políticos, como já era de se esperar. Mas onde tem fumaça, existe fogo também. O jornalista Paulo Francis, morreu de depressão depois de condenado pela justiça americana a indenizar à Petrobras em vários milhões de dólares. Contudo, ele estava certo. Como escrevi nessa crônica, a corrupção é histórica e não começou no Governo do PT, mas se fez presente com maior ou menor intensidade e visibilidade na história do Brasil, mas pode ser amenizada no Governo de Dilma Rousseff. Com toda a imprensa sendo censurada durante o Governo Militar, nada era divulgado, embora os jornalistas soubessem de sua existência. O empastelamento de jornais que mencionei nessa crônica era simplesmente a destruição das rotativas que imprimiam os jornais, o que ocorreu diversas vezes no Brasil e também no Amazonas.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 14/01/2016
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