NÃO ME CUSTA NADA AJUDAR COM O CAFEZINHO ...
assim saiu-se a proprietária do mercadinho. Cheguei pouco depois, mas ainda estavam alvorotados, dois ladrões tentavam assaltá-los, mas ao avistarem um veículo da polícia que apontara na esquina saíram pela porta do lado e empreenderam fuga tripulando uma moto que estava estacionada na rua lateral.
Segundo ela, assim que o veículo passou fizeram gestos e os policiais voltaram, como não havia consumado-se o assalto, ficou tudo por isto mesmo, mas eles prometeram que dariam recorridas nas ruas do bairro.
A sentença de "ajuda com o cafezinho" deu-se quando comentei que, mesmo sem a consumação ela teria que ter feito um BO - boletim de ocorrência, pois e bom para ela e para a própria polícia.
É muita burocracia que não dá em nada senhor, preferimos ajudar com o cafezinho, assim eles passam mais seguido!
LEVEI UM SUSTO
Eles cobram para passar por aqui? Perguntei. Claro que não, claro que não, mas estimularia a passagem deles, saiu-se ela.
Então expliquei que não é a falta do cafezinho, que limita a eficiência do Estado, em qualquer que seja a frente, saúde, educação ou segurança, mas o descaso dos governantes que não investem em recursos humanos e materiais. Pelo que se avizinha este ano não chamarão os concursados para iniciar a reposição dos que saem.
OUTROS PENSAM QUE AJUDARAM COM O PÃO
Em meados de 1995 o então Governador Antonio Britto, certamente muito bem assessorado, distribuiu "pães" aos policiais. ao invés de conceder a reposição salarial necessária o Estado passou a dar diretamente no contracheque o valor correspondente à etapa de alimentação, engordando-o temporariamente. Em pouco tempo o que pagava um almoço transformou-se no correspondente a um pãozinho.
O TEMPO DE UM PÃOZINHO
Comer um pãozinho requer pouco tempo, então, as vezes engoli-lo não precisa nem parada, bastam cinco minutos, pronto solidificou-se a jornada de 12 horas, que de início parecia boa para ambas as partes, mas não é. São 12 horas mal alimentado e entregue sem descanso no final do turno, ao emprego em horas extras ou num trabalho extra instituição e assim complementando o salario.
Alguns acreditam que policiais são superiores ao tempo e portanto estejam aptos física e psicologicamente, desde o primeiro minuto da jornada, até 12 horas depois e ainda durante três ou quatro horas extras, assim perde o contribuinte e também perde o policial, ao contrário ganha o governante, pois mais lhe sobra para ceceziar cabos eleitorais.