VENDAS - INSPIRAÇÃO E SUOR

Durante algumas décadas da minha lida profissional, trabalhei com vendas. E tive o privilégio de atuar nas três bases do triângulo mercadológico. Atuei na indústria, no varejo e também no segmento atacadista distribuidor. Durante algum tempo e exatamente no começo da minha atividade profissional, fui comprador.

Creio que só consegui obter algum sucesso em vendas, porque como comprador, fui um bom observador, quando pude aprender exatamente o que não se deve fazer na atividade de vendas. O que um comprador valoriza no vendedor, no produto, nessa relação entre as pessoas que interagem nesse jogo de comprar e vender.

Na atividade de  vendas, entrei pela porta dos fundos, ou seja, aproveitando-me da função de comprador e do conhecimento adquirido nas atividades da empresa como um todo, ingressei já como Gerente de Vendas de uma Loja de Móveis e Eletrodomésticos, as famosas multimarcas. Mais tarde, como Supervisor de uma indústria de alimentos e depois como Gerente de Vendas da mesma indústria.

Esse fato – de nunca ter sido um vendedor –  custou-me alguns olhares e comentários pejorativos, principalmente advindos de vendedores pretensiosos e incompetentes. Então, juntando meu orgulho e circunstâncias adversas, já na meia idade fui ser um vendedor. E um vendedor primário. Foi nessa fase que tive a oportunidade de conferir todas as teorias e visões que tinha adquirido sobre a arte de vender, sobre as habilidades necessárias e a sua efetiva utilização.

Em curtíssimo prazo assumi a liderança total e absoluta da equipe, pondo mais de 100% de diferença sobre o segundo e assim durante meses, até que fui promovido a Subgerente e logo após Gerente. Foi a minha redenção como profissional e principalmente como líder. Nunca mais alguém poderia me dizer que meus ditos e meus conselhos não tinham autenticidade.

Sempre fui um estudioso da atividade de venda. Estudei e aprendi todos os mecanismos, truques e facetas da venda. Da abordagem ao fechamento. Da apresentação do produto, com suas características e benefícios até o envolvimento e indução do cliente/comprador. Conheci as nuanças das vendas internas e as agruras das vendas externas. Naveguei pelos mares das vendas eventuais, até a rotina do atendimento aos clientes cotidianos visitados semanalmente. Trabalhei com expansão de território e com a potencialização de áreas restritas. Aprendi e desenvolvi as técnicas da conquista da confiança, eis que a confiança que se adquire do cliente/comprador é um dos fatores preponderantes e exige não só bom caracter, mas também técnica. Por vezes não se tem mais que 15 minutos para fazer valer a venda, não do produto, mas  da sua imagem de responsabilidade e confiança, antes de tentar vender do produto

Aprendi muito sobre vendas. Quase todas as teorias, as estratégias, o planejamento, o controle, a prospecção de mercado, sua potencialização. Nunca gostei de utilizar termos em inglês, optando pela simplicidade, pela praticidade. Sempre preferi o “simplinho”, mas eficaz. Sempre escolhi a eficácia ao invés de eficiência. A eficiência pode estar contaminada pela simples aparência. A eficácia, é comprovada pelos resultados.

Teorias e conhecimentos a parte, o aspecto mais importante que observei, aprendi, ensinei e pelo que fui norteado, foi a necessidade de ação, de trabalho, de inspiração e suor, aliado a coragem, ao destemor, a determinação, a ousadia. Nada, nenhum método, nenhuma metodologia, nenhuma teoria substitui o trabalho, muito trabalho. Somado o trabalho com a regularidade, mais a praticidade, a eficácia está garantida.

Nenhuma atividade profissional é tão prática e tão matemática quando a venda. Então, voltando ao título deste texto, queria somente dizer que estudar é preciso. Conhecer é imprescindível. Agir é imperativo. O norte da venda é a ação. O resto é apenas resto.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 12/01/2016
Reeditado em 25/02/2016
Código do texto: T5508340
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